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Nicolás Maduro é reeleito presidente da Venezuela com 51% dos votos

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou neste domingo (28) que Nicolás Maduro foi reeleito presidente da Venezuela, obtendo mais de 5 milhões de votos, cerca de 51% do total. Seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, recebeu aproximadamente 4 milhões de votos, representando 49%.

A votação, que foi encerrada às 18h00 (19h00 em Brasília), contou com uma participação de 59% do eleitorado. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, informou que a apuração começou por volta das 20h e foi finalizada seis horas depois. Maduro, de 61 anos, está no cargo desde 2013 e, com esta vitória, pode se projetar para permanecer no poder até 2031.

Maduro celebrou sua reeleição no palácio presidencial de Miraflores, onde foi recebido por grupos musicais e apoiadores vestidos com jaquetas esportivas com a frase “Ganhou meu galo pinto”. Em seu discurso, ele prometeu paz, estabilidade e respeito à lei.

Protestos e Reivindicações

Enquanto isso, nos Estados Unidos, dezenas de venezuelanos protestaram em Miami por não poderem votar nas eleições de seu país. Desde a ruptura das relações diplomáticas com Washington em 2019, o governo de Maduro retirou suas representações diplomáticas dos EUA, impossibilitando o voto dos venezuelanos residentes no país.

Adelys Ferro, diretora-executiva do Venezuelan American Caucus, criticou o governo venezuelano por não facilitar o voto no exterior, mesmo sem delegações diplomáticas. Os manifestantes se reuniram no bairro de Brickell, em frente ao antigo consulado da Venezuela em Miami, agora convertido em um banco.

Reações Internacionais

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, pediu uma recontagem justa e transparente dos votos. Ele enfatizou a importância de cada voto ser contado de forma justa e que as autoridades eleitorais publiquem uma recontagem detalhada para assegurar a transparência. A vice-presidente americana, Kamala Harris, também afirmou que a vontade do povo venezuelano deve ser respeitada e que os EUA continuarão trabalhando para alcançar um futuro mais democrático e seguro para o povo da Venezuela.

Denúncias de Irregularidades

A oposição denunciou irregularidades no processo eleitoral, alegando que seus observadores foram impedidos de acessar os centros de votação e não puderam obter cópias das atas emitidas pelas máquinas de votação. Além disso, cerca de 150 pessoas ligadas à campanha opositora foram presas, 37 delas nos últimos dois dias.

Contexto Político e Econômico

Maduro, que sucedeu Hugo Chávez, enfrentou anos de crise econômica que reduziram o Produto Interno Bruto (PIB) em 80% e forçaram mais de sete milhões de venezuelanos a emigrar. Seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, representava a popular líder opositora María Corina Machado, impedida de se candidatar devido a uma inabilitação política.

A coalizão opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD), que se uniu contra Maduro após boicotar as eleições de 2018, ainda não se pronunciou sobre o resultado. Observadores internacionais, incluindo uma pequena delegação do Centro Carter e um painel de especialistas da ONU, acompanharam o processo eleitoral, mas suas avaliações detalhadas ainda não foram divulgadas.

Com a reeleição de Maduro, a Venezuela se prepara para mais seis anos de governo chavista, enquanto a comunidade internacional observa de perto os desdobramentos políticos e econômicos no país.


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