Os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo publicaram editoriais contundentes nesta quinta-feira, criticando a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação às recentes eleições na Venezuela. Ambos os veículos alegam que Lula desconsiderou a luta dos venezuelanos contra o regime de Nicolás Maduro e normalizou a fraude eleitoral.
O Estadão denuncia a conduta de Lula como uma desonra para o Brasil e os brasileiros que valorizam a democracia e os direitos humanos. O jornal critica a postura de Lula, que descreveu a eleição venezuelana como um pleito justo, onde “as pessoas que não concordam” com o resultado podem recorrer à Justiça. O editorial argumenta que Lula ignora a realidade da “Justiça” na Venezuela, dominada por Maduro, e caracteriza a posição do presidente brasileiro como um cinismo incomum.
A Folha de S.Paulo reforça a crítica, chamando a resposta de Lula de “cinismo vil e cúmplice.” O jornal compara a situação atual com o comentário controverso de Lula sobre a invasão da Rússia na Ucrânia, evidenciando a postura do presidente como uma defesa acovardada de regimes autoritários. A Folha considera a postura de Lula como um sinal de desprezo pela luta de quem se opõe ao regime chavista.
Resposta Internacional e Ação dos EUA
Enquanto isso, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu a expedição de um mandado de prisão contra Nicolás Maduro no Tribunal de Haia, alegando que as ações do ditador justificam uma resposta judicial internacional. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também declarou que o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia venceu as eleições, desafiando a versão oficial dos resultados.
Postura Brasileira
Celso Amorim, assessor especial para Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, expressou a decepção do Brasil com a demora na divulgação das atas das eleições venezuelanas. Segundo Amorim, o Brasil espera que os resultados sejam comprovados de forma transparente.
Protestos e Campanha de Oração
Além das críticas internacionais, a população venezuelana e igrejas evangélicas da Venezuela e da América Latina estão organizando protestos e uma campanha de oração pela paz e liberdade no país. A campanha, que conta com o apoio de diversas denominações, exige uma revisão transparente das atas eleitorais e a construção de um processo democrático mais confiável.
A reação global e a situação interna da Venezuela continuam a evoluir, com muitos países e organizações buscando uma solução para o impasse eleitoral e a crise política no país.
