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Maduro reeleito para terceiro mandato com 51,95% dos votos, mas oposição, EUA, Uruguai e Argentina contestam resultado

Nesta sexta-feira (2), a autoridade eleitoral da Venezuela confirmou a vitória de Nicolás Maduro nas recentes eleições presidenciais, assegurando-lhe um terceiro mandato com 51,95% dos votos. O resultado foi anunciado pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, após a apuração de 97% das urnas, que contabilizou 6,4 milhões de votos para Maduro e 5,3 milhões para o opositor Edmundo González Urrutia.

Em seu discurso, Maduro, acompanhado pela esposa Cilia Flores, celebrou a vitória no palácio presidencial de Miraflores. A participação eleitoral foi de aproximadamente 60%, com 12,3 milhões de eleitores comparecendo aos 21,3 milhões registrados.

Elvis Amoroso alegou que ataques ao sistema informático e às telecomunicações do Estado atrasaram a divulgação dos resultados. Na quinta-feira (1º), o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) convocou os candidatos após aceitar um recurso de Maduro para certificar o processo eleitoral. A oposição, que possui cópias de mais de 80% das atas, contesta os resultados e afirma que González Urrutia teria obtido 67% dos votos.

Os protestos contra o resultado resultaram em pelo menos 11 mortos e centenas de prisões, segundo organizações de direitos humanos.

Acusações de Interferência Externa

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, acusou os Estados Unidos de tentar promover um “golpe de Estado” em meio às disputas sobre os resultados eleitorais. Na quinta-feira (1º), os EUA reconheceram Edmundo González como vencedor, rejeitando a vitória de Maduro. Gil denunciou o reconhecimento como uma “manobra perversa” que, segundo ele, fomenta a violência nas ruas.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que, com base nas evidências, Edmundo González obteve a maior parte dos votos, conforme comunicado do Departamento de Estado.

Oposição e Ataques à Sede de Campanha

Enquanto isso, o partido de oposição informou que María Corina Machado está bem e participará de um protesto marcado para este sábado (3). Machado havia escrito que estava escondida e temia por sua vida após a acusação de fraude eleitoral.

Além disso, a sede da campanha de Edmundo González foi alvo de vandalismo na madrugada de sexta-feira (2). Delsa Solórzano, presidente do partido de Machado, relatou que o ataque foi realizado por encapuzados que buscavam as atas de votação. Solórzano também recebeu denúncias de perseguições contra trabalhadores das mesas de votação.

Posicionamento Brasileiro sobre a Eleição

O ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, que observou as eleições na Venezuela, sugeriu que o impasse sobre os resultados deve ser resolvido por meio de diálogo entre países latino-americanos. Amorim defendeu que interferências externas, incluindo ações dos EUA, são prejudiciais e que o Brasil, ao contrário dos EUA, ainda não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro.

Amorim criticou as sanções dos EUA à Venezuela e afirmou que a retirada dessas sanções poderia ter facilitado o processo eleitoral. Ele destacou que a política de sanções tem prejudicado o povo venezuelano e não apenas os líderes políticos do país.


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