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Decisão do TCU sobre devolução de relógio de luxo de Lula, avaliado em R$ 60 mil, é aguardada

Lula usa relógio Piaget de R$ 80 mil Retomada da discussão ocorre após PF indiciar Bolsonaro no inquérito das joias

O Tribunal de Contas da União (TCU) decidirá na próxima quarta-feira, dia 7, sobre a devolução do relógio de luxo do presidente Lula (PT). O objeto em questão, um Cartier Santos Dumont avaliado em R$ 60 mil, está gerando divisões no plenário do tribunal. A decisão faz parte de um processo ainda em andamento.

A discussão foi retomada após o indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal, no caso das joias, pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A representação que levou a questão do relógio ao TCU foi feita pelo deputado Sanderson (PL-RS).

Lula recebeu o relógio, confeccionado em ouro branco de 18 quilates, prata 750 e com uma coroa de safira azul, durante uma visita oficial a Paris, em comemoração ao Ano do Brasil na França.

Parecer Técnico e Impacto da Decisão

Especialistas do TCU argumentam que Lula não precisaria devolver o relógio, uma vez que, na época em que o presente foi recebido, a regulamentação que limita os presentes que um ex-chefe de Estado pode manter após o término de seu mandato ainda não existia.

O relator do caso, Antonio Anastasia, apresentará seu voto na quarta-feira, dia 7. A decisão pode impactar o processo em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado às joias sauditas presentes a Bolsonaro. A avaliação do caso de Lula poderia servir de precedente.

Contexto Jurídico

No contexto jurídico, o ministro do STF Alexandre de Moraes arquivou uma investigação contra Lula relacionada a um relógio Piaget, dado a ele pelo ex-presidente francês Jacques Chirac em 2005.

Em 2016, o TCU estabeleceu que “presentes de alto valor” não podem ser incorporados ao acervo pessoal dos presidentes. Consequentemente, Bolsonaro foi compelido a restituir itens que haviam sido vendidos nos Estados Unidos.

Segundo especialistas do TCU, essa jurisprudência não deve ser aplicada retroativamente para Lula, resultando em um plenário dividido entre acatar o parecer técnico ou enfrentar acusações de falta de isonomia.

Receios dos Ministros e Posição da PGR

Até o momento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não se manifestou sobre o indiciamento de Bolsonaro, e o julgamento do caso ainda não está próximo. Há preocupação entre os ministros de que permitir que Lula mantenha o relógio possa ser usado como argumento pela defesa de Bolsonaro no Supremo. No entanto, exigir a devolução poderia ser interpretado como uma decisão com motivações políticas.


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