A Petrobras surpreendeu o mercado ao divulgar um prejuízo líquido consolidado de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre de 2024, marcando seu primeiro resultado negativo desde o terceiro trimestre de 2020. A empresa atribuiu o desempenho às perdas cambiais e aos impactos financeiros do acordo bilionário com a União para resolver disputas judiciais relacionadas a dívidas tributárias.
Em junho, a Petrobras formalizou um acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e a Receita Federal, resultando em um efeito negativo de R$ 11,6 bilhões em seu balanço. Esse acordo, que envolveu um desconto de até 65% nas dívidas tributárias estimadas em R$ 45 bilhões, trouxe alívio ao encerrar disputas que geravam incertezas para o caixa da companhia.
As perdas cambiais também tiveram um peso significativo nos resultados, totalizando R$ 18,7 bilhões, reflexo da desvalorização de 11,2% do real no período. Apesar de serem classificadas como “majoritariamente contábeis”, as perdas não exigiram desembolsos imediatos de caixa, mas ainda assim afetaram a saúde financeira da empresa.
A Petrobras também registrou uma retração de 17% na geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado, que caiu para R$ 50 bilhões no trimestre, impactada por menores margens de diesel e gasolina, aumento das importações e itens não recorrentes, como os efeitos do acordo de trabalho de 2023.
Apesar dos desafios, a Petrobras destacou que, sem os impactos negativos mencionados e a desvalorização do real, o lucro líquido teria alcançado R$ 28 bilhões, e o Ebitda ajustado seria de R$ 62,3 bilhões. A estatal acredita que o acordo com a União foi uma decisão positiva, encerrando disputas bilionárias e trazendo maior previsibilidade financeira para a companhia.
