O Pantanal, uma das maiores áreas úmidas do mundo, enfrenta mais uma devastadora onda de incêndios, que agora atingem regiões anteriormente preservadas. Recentemente, três onças-pintadas foram encontradas mortas no Refúgio de Vida Selvagem Caiamam, um santuário ecológico de 53 mil hectares localizado em Mato Grosso do Sul. As mortes desses animais, símbolo da biodiversidade do Pantanal, têm causado grande comoção.
No refúgio, uma onça-pintada adulta foi encontrada carbonizada, vítima das chamas que devastam a região. A 75 quilômetros dali, em Aquidauana, os corpos de dois filhotes de onça foram descobertos pelos brigadistas. As imagens dos jovens felinos, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais, mostram a triste realidade dos impactos dos incêndios no ecossistema local.
O Pantanal registrou, em junho, o maior número de focos de incêndio já visto na história da região. Embora julho tenha trazido um breve alívio, o fogo retornou com força total, afetando até mesmo os animais mais resistentes. A morte das onças-pintadas, predadores no topo da cadeia alimentar, destaca a gravidade da situação e acende um novo alerta sobre a necessidade de ações mais eficazes para combater os incêndios.
Segundo o coronel Ângelo Rabelo, fundador do Instituto Homem Pantaneiro, pelo menos vinte fazendas foram atingidas pelo fogo em Caiamam e em seu entorno. A tragédia, que se prolonga por meses, parece estar sendo tratada com indiferença, como se a devastação do Pantanal fosse algo normal. No entanto, a perda de espécies tão importantes como a onça-pintada reforça a urgência de medidas concretas para preservar essa valiosa e única região.
