O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo rejeitou, nesta sexta-feira (9), a minuta da Lei Orgânica da Polícia Federal, proposta pela direção-geral da corporação. Em assembleia extraordinária, os agentes, escrivães e outros integrantes da PF criticaram o texto por não atender às necessidades de equidade e valorização das diversas carreiras da instituição.
Os sindicalistas expressaram insatisfação com o fato de a minuta ter sido apresentada sem consulta prévia ao efetivo. Entre os principais pontos de discordância estão a centralização da direção nas mãos dos delegados e a imposição de restrições à participação política dos policiais, medidas vistas como limitadoras do crescimento na carreira e da experiência política dos servidores.
A minuta, que ainda será submetida a votação em assembleias de sindicatos de todo o país, propõe um mandato de três anos para o diretor-geral da PF, com possibilidade de prorrogação, além de restrições para sua exoneração. Também proíbe o envolvimento de policiais federais em atividades político-partidárias, uma medida criticada pelo sindicato por restringir direitos.
Outros pontos da proposta incluem a criação de regras para uso de redes sociais pelos policiais, a exigência de representação feminina em cargos comissionados proporcional à ocupação de cargos efetivos e benefícios como auxílio-moradia e gratificação por serviços em localidades estratégicas.
O sindicato em São Paulo argumenta que a proposta estabelece uma hierarquia inadequada e não alinha com o texto constitucional, concentrando o poder no cargo de delegado. A Fenapef, que representa os policiais federais em todo o país, ainda vai se manifestar oficialmente à direção-geral da PF após as votações nas demais assembleias.
