Em uma tentativa de resolver as tensões no campo e conter as invasões de terras, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou o “Comitê Permanente de Construção da Paz no Campo”. O comitê incluirá um representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), além de membros de outras organizações que apoiam a reforma agrária e a invasão de terras, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais (Contag) e a Pastoral da Juventude Rural (PJR).
O governo pretende usar este comitê para formular políticas públicas e diretrizes que visem a reduzir a violência no meio rural e promover a paz no campo. No entanto, o agronegócio, representado por entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Sociedade Rural Brasileira (SRB), foi excluído do comitê, gerando críticas e preocupações entre produtores rurais.
A estratégia do governo de conceder posições ao MST e criar um comitê específico para a paz no campo visa lidar com o aumento das invasões de terras, que cresceram 213% em 2023 em comparação a 2022 e continuam em alta este ano. Em junho, o governo também convidou o MST a participar da elaboração do plano safra para a agricultura familiar, tentando estreitar relações com o movimento.
Além disso, o PT, partido de Lula, entrou com uma ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) contra uma lei do Rio Grande do Sul que penaliza invasores de propriedades. O partido argumenta que a lei criminaliza injustamente a ocupação de terras para moradia e subsistência.
A inclusão do MST no comitê e a exclusão de representantes do agronegócio refletem um alinhamento do governo com os interesses do movimento sem-terra, buscando equilibrar a relação com diferentes grupos rurais e enfrentar a crescente tensão no campo.