A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Relator Especial para a Liberdade de Expressão (RELE) emitiram uma forte condenação contra o governo venezuelano nesta quinta-feira (13), denunciando o que classificaram como “práticas de violência institucional” após as eleições presidenciais de 28 de julho. Segundo o relatório, o regime de Nicolás Maduro tem utilizado a repressão violenta, detenções arbitrárias e perseguição política como ferramentas para silenciar os cidadãos e consolidar o controle autoritário.
O comunicado da CIDH enfatiza que a Venezuela precisa interromper imediatamente essas práticas, restaurar a ordem democrática e respeitar o Estado de direito. A organização também destacou a importância de garantir a transparência eleitoral, criticando a ausência de resultados detalhados por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano. O órgão declarou Maduro vencedor, mas não divulgou dados específicos para fundamentar essa proclamação.
Enquanto isso, a oposição, liderada por Edmundo González, apresentou uma base de dados que sugere uma vitória com 67% dos votos. Em meio a essa disputa, a ONG Foro Penal reportou mais de 1.390 detenções relacionadas à crise política até o dia 13 de agosto, exacerbando a situação já tensa no país.
A pressão internacional também aumentou. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, inicialmente apoiou a ideia de novas eleições na Venezuela, mas a Casa Branca ajustou a declaração, explicando que Biden estava criticando a falta de transparência no processo eleitoral. A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, rejeitou categoricamente a proposta de novas eleições, afirmando que o resultado já foi decidido e que Maduro deve reconhecer sua derrota.
A crise na Venezuela segue sem uma solução clara, com a comunidade internacional dividida e a situação política cada vez mais crítica.
