Conversas internas entre assessores do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), reveladas nesta segunda-feira (19) pela Folha de S. Paulo, trazem à tona a estratégia adotada pelas instituições diante de protestos contra ministros do STF em um evento privado realizado em Nova York, em novembro de 2022.
As comunicações reveladas mostram que o cantor gospel Davi Sacer foi alvo de uma solicitação do ministro Alexandre de Moraes, após ser acusado de promover postagens de apoio aos manifestantes. Airton Vieira, magistrado auxiliar de Moraes, enviou capturas de tela do Twitter de Sacer, solicitando que fossem incorporadas ao relatório com o objetivo de bloquear suas redes sociais.
Eduardo Tagliaferro, assessor da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, expressou preocupação com a ação contra Sacer, destacando o impacto potencial sobre a comunidade religiosa. “Esse cara é o cantor gospel mais famoso e influente, vai revelar católicos e evangélicos”, ponderou Tagliaferro. Ele também fez uma crítica indireta, dizendo: “A bruxa não tem esse bom senso, é totalmente partidária sem pensar nas consequências”.
A resposta de Vieira indicou que a ordem havia vindo diretamente de Moraes e reforçada por Alexandre Frota, deputado federal, conhecido por seu apoio à postura firme do STF contra a desinformação. Mesmo com as preocupações levantadas, os assessores decidiram seguir adiante com a solicitação.
