O CEO da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Marcus Vinícius Pestana, emitiu um alerta sobre o risco de colapso financeiro no Brasil se o governo e o Congresso Nacional não tomarem medidas urgentes. Pestana destacou que o país enfrenta um cenário de deterioração gradual das finanças públicas, com aumento das despesas e rigidez orçamentária que ameaçam a sustentabilidade fiscal.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Pestana apontou que a falta de reformas estruturais pode levar a um estrangulamento das contas públicas em poucos anos. Segundo ele, o novo arcabouço fiscal, juntamente com políticas como a valorização do salário mínimo e os gastos obrigatórios em saúde e educação, devem gerar um impacto de R$ 1,7 trilhão na próxima década. Esse valor corresponde a 6,4% do total previsto de R$ 25,9 trilhões em despesas primárias para o período.
A IFI prevê que, sem mudanças significativas, o arcabouço fiscal se tornará insustentável até 2027, ou possivelmente até 2026. Pestana defendeu que o Brasil precisa urgentemente revisar sua estrutura orçamentária, que é considerada uma das mais rígidas do mundo. Ele argumenta que essa rigidez limita a capacidade do país de investir em áreas essenciais como infraestrutura e inovação, prejudicando o crescimento futuro.
Pestana enfatizou que, sem reformas, o governo brasileiro corre o risco de perder a capacidade de governar, ficando restrito a apenas redistribuir impostos para pagar benefícios e salários. Apesar de ainda não enfrentar uma crise fiscal severa como a da Venezuela ou Argentina, ele adverte que o Brasil está operando em um ambiente fiscal medíocre, o que demanda ações imediatas para evitar um colapso total.
