A polícia argentina prendeu Leonardo Bertulazzi, militante esquerdista italiano e ex-membro das Brigadas Vermelhas, um grupo marxista responsável por diversos atos violentos na Itália durante as décadas de 1970 e 1980. A captura ocorreu na quinta-feira (30) em Buenos Aires, após anos de Bertulazzi viver no país como refugiado. Ele era procurado por seu envolvimento no sequestro e assassinato do ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro, em 1978.
Leonardo Bertulazzi, que havia recebido status de refugiado na Argentina em 2002, teve essa proteção revogada pelo governo do atual presidente Javier Milei, abrindo caminho para sua prisão. O governo argentino, em cooperação com as autoridades italianas e a Interpol, conduziu a operação que levou à detenção de Bertulazzi, um dos membros mais proeminentes das Brigadas Vermelhas.
As Brigadas Vermelhas foram uma organização militante marxista-leninista que atuou na Itália, realizando uma série de sequestros, assassinatos e atentados. Seu objetivo era derrubar o sistema capitalista e o Estado italiano, visando criar uma revolução comunista. O grupo ficou internacionalmente conhecido pelo sequestro de Aldo Moro, que foi mantido em cativeiro por 55 dias antes de ser brutalmente assassinado. Moro foi uma figura central na política italiana, tendo sido cinco vezes primeiro-ministro.
Bertulazzi, segundo as autoridades, desempenhou um papel chave na logística do sequestro de Moro e esteve envolvido em uma série de outros ataques que resultaram na morte de 78 pessoas. Na Itália, ele já havia sido condenado a 27 anos de prisão por crimes de terrorismo, mas conseguiu fugir para a Argentina, onde viveu sob proteção até agora.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, elogiou a prisão de Bertulazzi, destacando a colaboração eficaz entre os sistemas judiciais da Itália e da Argentina. “A prisão deste membro foragido das Brigadas Vermelhas foi possível graças à intensa e frutífera colaboração entre as autoridades judiciais italianas e argentinas e a Interpol”, afirmou Meloni em um comunicado.
A captura de Bertulazzi marca um capítulo importante no combate ao terrorismo internacional e na responsabilização de militantes que, por décadas, escaparam da justiça. Agora, espera-se que ele seja extraditado para a Itália, onde cumprirá sua sentença pelos crimes cometidos durante sua militância nas Brigadas Vermelhas.
