Os argentinos estão retirando suas economias em dólares guardadas em casa e depositando-as nos bancos, em resposta ao programa de anistia fiscal promovido pelo presidente Javier Milei. Desde que assumiu o cargo em dezembro, os depósitos em dólares subiram 40%, totalizando 19,8 bilhões de dólares, o maior nível desde 2019, segundo o Banco Central. O movimento é visto como um sinal de confiança na política econômica de Milei.
Apesar dos salários serem pagos em pesos, muitos argentinos optam por contas de poupança em dólares devido à instabilidade econômica e às recorrentes crises cambiais. O aumento nos depósitos ajuda a aliviar a falta de reservas estrangeiras no sistema financeiro do país.
A anistia fiscal, que entrou em vigor em julho, permite que cidadãos declarem até 100 mil dólares sem pagar taxas, enquanto valores excedentes são tributados em 5%, ou isentos se investidos em determinados ativos. Desde o início do programa, cerca de 1,4 bilhão de dólares foi depositado, e espera-se que pelo menos 2 bilhões sejam arrecadados até 2025.
Embora a dolarização total da economia, uma promessa de campanha de Milei, ainda esteja distante, a medida representa um passo em direção à coexistência de moedas. No entanto, as reservas líquidas do Banco Central permanecem em níveis negativos, evidenciando os desafios ainda presentes na economia argentina.
