O cenário de clima seco e quente que predomina no Brasil, aliado a uma hidrologia desfavorável, pode manter as bandeiras tarifárias da conta de luz no vermelho até o final de 2024, alertam especialistas do setor de energia. Em outubro, a previsão é de bandeira vermelha patamar 2, o que significa um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Segundo estudos da Comerc Energia, a partir de novembro, a bandeira tarifária pode recuar para o patamar 1, com uma cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kWh, e atingir o patamar amarelo em dezembro. No entanto, um retorno à bandeira verde, sem custo extra para os consumidores, só é esperado em 2025.
Ana Carla Petti, diretora de Assuntos Regulatórios da Comerc, afirma que as projeções para outubro são baseadas na baixa afluência observada em setembro, que foi de apenas 47% da média histórica. Ela ressalta que, embora existam previsões de chuva para o início de outubro, ainda não há um volume suficiente para alterar o cenário.
De acordo com a Thymos Energia, a tendência é semelhante, com a empresa prevendo bandeira vermelha até o final do ano e um retorno ao patamar verde apenas em 2025. Já Fred Menezes, diretor da Armor Energia, reforça que, com o tempo seco e o atraso das chuvas, a bandeira tarifária vermelha pode se estender até os primeiros meses do próximo ano.
Entretanto, para o sócio da Ecom Energia, Marcio Sant’Anna, há uma expectativa de que o início do período chuvoso permita uma mudança mais rápida nas condições e o retorno da bandeira verde.
Com a hidrologia incerta e um possível atraso no período úmido, o custo adicional na conta de luz continuará sendo um desafio para os consumidores até o fim do ano.
