O julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, foi agendado para o dia 30 de outubro. A sessão ocorrerá de forma virtual na 4ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Ronnie Lessa, que está preso desde 2019, é acusado de ter atirado contra o carro onde estavam Marielle e Anderson. Élcio de Queiroz, também detido desde 2019, é acusado de ter dirigido o veículo de onde partiram os disparos. Ambos são réus confessos, mas apresentaram versões contraditórias sobre o crime em depoimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a audiência desta quinta-feira (12), foi decidido que os depoimentos dos delegados Giniton Lages e Marco Antônio de Barros Pinto, inicialmente previstos, não serão tomados no julgamento. A decisão foi tomada com a presença dos advogados dos réus e de representantes do Ministério Público.
As versões dos acusados divergem em relação à motivação do crime e ao destino da arma usada. Lessa alegou que o crime foi orquestrado pelos ex-conselheiros do Tribunal de Contas do Rio, Domingos e Chiquinho Brazão, como resposta à atuação política de Marielle, que teria prejudicado seus interesses em grilagem de terras. Por outro lado, Élcio afirmou que Lessa lhe disse que o assassinato tinha uma motivação pessoal e negou saber qualquer coisa sobre Marielle.
Além disso, há divergências sobre o desaparecimento da submetralhadora MP5 usada no crime. Enquanto Lessa afirmou ter visto a arma sendo entregue a um miliciano, Élcio afirmou que Lessa disse ter destruído a arma e jogado os pedaços no mar. A arma nunca foi encontrada, apesar das buscas realizadas pela polícia.
O julgamento é aguardado com grande expectativa e poderá trazer novas revelações sobre o caso que chocou o Brasil.
