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Brasil registra 72% das queimadas na América do Sul nas últimas 48 horas

Nas últimas 48 horas, o Brasil concentrou 71,9% dos focos de incêndio na América do Sul, com 7.322 queimadas registradas, de acordo com dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número de incêndios no país supera em muito os de outros países como Bolívia (11,2%), Peru (8,3%) e Argentina (4,3%), que também enfrentam o período de seca. Desde o início do ano, o Brasil já registrou 180.137 focos, representando mais da metade dos incêndios da América do Sul em 2024.

A cidade com o maior número de focos de incêndio neste período foi Cáceres, em Mato Grosso, com 237 focos nos últimos dois dias. São Félix do Xingu, no Pará, e Novo Aripuanã, no Amazonas, também estão entre os municípios mais afetados. A Amazônia foi a região brasileira mais impactada, concentrando 49% das áreas atingidas pelo fogo, seguida pelo Cerrado (30,5%) e pela Mata Atlântica (13,2%).

Emergência no Pará e Mato Grosso

Entre os estados brasileiros, Mato Grosso e Pará se destacam pela gravidade das queimadas. O Pará, com 740 focos entre os dias 13 e 14 de setembro, tem São Félix do Xingu como o município mais afetado. A prefeitura local decretou estado de emergência e fez um apelo para que produtores rurais evitem o uso de fogo para limpar pastagens.

Embora o Pará tenha registrado mais focos nas últimas horas, Mato Grosso, que apresentou 1.379 queimadas no período, lidera o número de incêndios ao longo da semana, concentrando 24% das queimadas no país. O fogo tem se espalhado rapidamente por terras indígenas, o que agrava a situação na região.

Resposta das Autoridades

O aumento das queimadas no Brasil gerou ações do governo e de entidades de proteção ambiental. Na última quarta-feira (11), a Defensoria Pública da União enviou um ofício ao governo federal solicitando planos de contenção para as queimadas, com um prazo de resposta de 10 dias.

Em São Paulo, na sexta-feira (13), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reuniu-se com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para discutir ações coordenadas no combate às queimadas. A ministra destacou a gravidade da situação e atribuiu o aumento das queimadas tanto à prolongada estiagem quanto à ação humana.

Marina Silva enfatizou que, embora as ações do governo estejam sendo intensificadas, ainda não são suficientes para conter o avanço dos incêndios. “Estamos vivendo um evento climático extremo, e as pessoas não podem continuar ateando fogo”, afirmou.

Consequências para a Saúde e Meio Ambiente

As queimadas não afetam apenas o meio ambiente, mas também a saúde pública. A fumaça gerada pelos incêndios tem prejudicado a qualidade do ar em diversas regiões do país, levando ao aumento de problemas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos. Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi encoberta por uma nuvem de fumaça, dificultando a visibilidade.

As autoridades de saúde orientam a população nas áreas afetadas a evitar a exposição prolongada ao ar livre e a prática de atividades físicas, especialmente durante períodos de alta concentração de fumaça.


 

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