O Irã afirmou ter lançado um ataque contra Israel na terça-feira (1°) em retaliação às mortes de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, de acordo com a agência semioficial iraniana Tasnim. O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) declarou que as forças aeroespaciais iranianas lançaram “dezenas de mísseis balísticos” contra alvos militares israelenses.
Esse ataque acontece em um cenário de escalada de tensões no Oriente Médio, onde Israel e Hezbollah trocam ofensivas desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023. Segundo o IRGC, o ataque foi uma resposta à morte de Nasrallah e Haniyeh em recentes ofensivas aéreas israelenses, que também mataram Abbas Nilforoushan, comandante sênior do IRGC.
Reação do Hezbollah e contexto do conflito
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, capital do Líbano. Sua morte, confirmada pelo grupo libanês, intensificou os confrontos entre o Hezbollah e as forças israelenses. O grupo paramilitar, apoiado pelo Irã, é uma das forças mais poderosas no Oriente Médio e, desde o início dos conflitos, vem realizando ataques à fronteira norte de Israel em solidariedade ao Hamas, que iniciou uma ofensiva contra Israel em outubro de 2023.
Além do Hezbollah, o Hamas, que também teve seu líder político Ismail Haniyeh morto, celebrou o ataque iraniano, afirmando que a resposta de Teerã é uma forte mensagem ao “inimigo sionista”. Em um comunicado, o grupo palestino destacou que o Irã ajudou a vingar os líderes mortos e condenou a postura de Israel, acusando-o de violações das leis internacionais.
Escalada do conflito no Líbano e na Faixa de Gaza
A ofensiva iraniana ocorre após Israel intensificar ataques aéreos no Líbano, que teve o dia mais mortal desde 2006, com mais de 500 mortos em 23 de setembro de 2023. A ofensiva israelense tem como alvo a infraestrutura militar do Hezbollah, com ataques atingindo não apenas áreas próximas à fronteira, mas também a capital, Beirute, forçando milhares de libaneses a fugir para abrigos.
Além dos ataques aéreos, Israel realizou uma incursão terrestre “limitada” no Líbano, aumentando as tensões na região. Milhares de moradores do norte de Israel foram deslocados devido aos bombardeios do Hezbollah, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometendo restabelecer a segurança na fronteira e garantir o retorno desses cidadãos às suas casas.
Repercussão internacional e impactos humanitários
A escalada de violência no Oriente Médio gerou preocupação global. O Brasil, que teve dois adolescentes mortos nos ataques, condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
A Rússia, por sua vez, pediu que Israel retire suas tropas do Líbano, alertando que a incursão israelense poderia levar a uma escalada ainda maior do conflito. O Ministério das Relações Exteriores russo condenou a ofensiva e apelou para que as hostilidades cessem imediatamente.
Com as hostilidades em alta, a possibilidade de um conflito ampliado é cada vez mais real, especialmente com a troca contínua de ataques entre Israel, Hezbollah e forças iranianas, o que pode ter consequências graves para toda a região do Oriente Médio.
