O custo dos alimentos tem subido em ritmo acelerado neste início de 2024, com aumentos mais que o dobro da inflação. Dados do IBGE mostram que o preço da batata-inglesa subiu 38,24% e o da cenoura impressionantes 56,99% apenas no acumulado do ano. Esses aumentos são puxados, em grande parte, por condições climáticas adversas, como a seca e o fenômeno El Niño, que afetaram a produção agrícola desde o final de 2023./i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/U/M/EREL6aSRueWTD5GnouGw/inflacao-alimento.jpg)
De acordo com André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, ondas de calor e chuvas fora do padrão impactaram duramente a safra de alimentos in natura. Embora haja uma desaceleração na alta de preços, o custo de produtos essenciais para a alimentação segue pressionando o orçamento das famílias brasileiras. Entre os itens com maior aumento estão também banana prata (17,45%), feijão carioca (15,27%), feijão preto (11,95%) e arroz (10,32%).
Além disso, o aumento de queimadas em áreas de pastagem tem agravado o cenário. Uma pesquisa cedida à CNN Brasil revelou que, entre agosto e setembro, o preço da picanha subiu 43,5% devido aos incêndios que destruíram vastas áreas de pecuária. As queimadas, somadas à seca prolongada, também fizeram o preço do café aumentar 14,4%, enquanto o feijão subiu 22,1% no período.
A migração da criação de gado para confinamento, como forma de lidar com a perda de pastagens, aumentou os custos de produção e pressionou ainda mais os preços de carnes e lácteos. Especialistas alertam que os impactos climáticos sobre a agropecuária podem continuar elevando os custos de alimentos nos próximos meses, à medida que as perdas de colheita se intensificam e os preços são repassados ao consumidor.
Assim, a inflação dos alimentos continua sendo uma preocupação central para as famílias e o mercado brasileiro, com os aumentos ainda longe de atingir os picos registrados em 2022, mas trazendo impactos significativos para o bolso.
