O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu se afastar das campanhas eleitorais nas capitais, focando suas atenções em compromissos no exterior e nas atividades do Palácio do Planalto. A decisão contraria a expectativa inicial do PT, que planejava uma participação ativa do presidente nas eleições municipais de 2024, especialmente em cidades onde os candidatos apresentavam boas chances de avançar para o segundo turno, como Porto Alegre, Goiânia, Fortaleza, Natal e Teresina.
Com a ausência de Lula, os candidatos do PT nas capitais tiveram que recorrer a ministros do governo para fortalecer suas campanhas. Entre esses ministros estão Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Paulo Pimenta (Secom), que têm se desdobrado para apoiar as candidaturas. Além disso, os candidatos usaram gravações de rádio e televisão, feitas com Lula no final de agosto, para reforçar suas campanhas, minimizando sua ausência nas agendas locais.
Em Belo Horizonte, o deputado federal Rogério Correia, candidato à Prefeitura pelo PT, comentou sobre a situação. Ele destacou que compromissos internacionais não programados impediram a presença do presidente em várias cidades, incluindo a capital mineira. Apesar de suas dificuldades nas pesquisas, onde aparece em quinto lugar com apenas 4,4% das intenções de voto, Correia enfatizou que Lula está apoiando sua candidatura através de inserções em seu programa.
A situação se complicou ainda mais para Correia após a decisão do partido de não se coligar com Duda Salabert (PDT), que lidera as pesquisas com 6,8% das intenções de voto, deixando a esquerda em risco de não ter representante no segundo turno.
Enquanto isso, em São Paulo, a candidatura de Guilherme Boulos (Psol) é considerada uma prioridade para o governo Lula. O presidente participou de apenas dois atos em apoio a Boulos e fez uma live com ele na reta final da campanha, em um momento crítico em que a candidatura corre o risco de ficar de fora do segundo turno.
No Rio de Janeiro, o atual prefeito Eduardo Paes, que tem o apoio do PT, prefere não associar sua imagem à de Lula, uma vez que já lidera as pesquisas com chance de vencer no primeiro turno.
Os dados sobre as intenções de voto foram coletados pela pesquisa DataTempo entre 23 e 27 de setembro de 2024, com uma margem de erro de 2,83 pontos percentuais e um intervalo de confiança de 95%.
