O Comitê de Prevenção e Combate à Violência da Assembleia Legislativa do Ceará (CPCV-Alece) alerta para uma realidade que cresce em ritmo alarmante: a violência armada, que nas últimas semanas tem levado famílias inteiras a abandonarem suas residências, homicídios frequentes e uma sensação de insegurança generalizada. De acordo com levantamento do comitê, pelo menos 350 famílias foram expulsas de suas casas por facções criminosas nas últimas quatro meses. As ações, descritas como arbitrárias por moradores, provocam medo tanto entre os expulsos quanto entre os que permanecem nos bairros.
O cenário reforça o diagnóstico de epidemia de violência-armada já apontado pela Alece, em conjunto com outros indicadores do estado, como aumento no número de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs). Em relatórios e notas técnicas recentes, constam também dados sobre homicídios de adolescentes e jovens, interiorização dos assassinatos e ampliação do alcance das facções para além das grandes cidades.
O que revela o monitoramento do CPCV
Entre os pontos destacados pelo comitê, estão:
- Monitoramento contínuo dos CVLIs no estado, inclusive com painéis estaduais de homicídios e cruzamento de dados entre segurança pública, saúde e assistência social.
- Interiorização da violência: municípios do interior e do litoral vêm apresentando aumento de assassinatos, evidenciando que o problema já não se restringe apenas à capital ou às grandes metrópoles.
- Violência letal em jovens: segundo dados do Atlas da Violência (2025), no Ceará houve milhares de mortes de crianças e adolescentes entre 2013 e 2023; faixa etária de 15-19 anos concentra a maioria dos casos.
Expulsões de lares: o horror vivido por famílias
O relato de famílias que foram obrigadas a sair de suas casas é um dos efeitos mais visíveis e dramáticos deste contexto de crise de segurança. As expulsões ocorrem sob ameaça direta de facções, que impõem táticas de coerção, uso de armas e intimidação, fazendo com que moradores deixem tudo para trás — algumas vezes apenas com documentos e objetos básicos. Pesquisas acadêmicas e levantamentos de organizações de direitos humanos apontam para casos em bairros periféricos de Fortaleza onde toda uma rua ou comunidade é forçada a sair.
Muitos desses casos tomam conhecimento público via denúncias feitas à defensoria, imprensa ou através de redes de moradia. Mas é consenso entre especialistas que os números são subestimados, pois nem todas as expulsões são formalmente registradas ou detalhadas nos relatórios oficiais.
Reações institucionais e caminhos possíveis
O CPCV da Alece, dirigido pelo sociólogo Thiago Holanda, vem pedindo medidas urgentes. Certas recomendações incluem:
- Fortalecimento dos sistemas de denúncia e acolhimento: garantir que moradores afetados tenham vias seguras para relatar ameaças, receber proteção social e abrigo emergencial.
- Integração entre segurança, saúde, assistência social e justiça: para atuação conjunta que não apenas combata o crime, mas também ampare as vítimas. Guias como “Cuidando em Rede — fluxos de atendimento às vítimas da violência armada” são parte desse esforço.
- Prevenção territorial: identificar áreas vulneráveis, com atuação de facções, para intervir com políticas públicas que reduzam exposição, melhorem infraestrutura urbana, iluminação, policiamento comunitário e atividades sociais.
Desafios e implicações
- Registro dos casos: a subnotificação prejudica a formulação de políticas eficazes; muitos moradores não denunciam por medo de represálias ou descrença nas autoridades.
- Proteção das vítimas: para além de retirada de domicílio, há efeitos psicossociais profundos, como traumas, desapego de comunidades e desorganização familiar.
- Custo fiscal e social: além do sofrimento humano, os deslocamentos forçados e o impacto nas escolas, no mercado de trabalho, na saúde pública geram despesas elevadas para o estado.
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