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PF: Contador de Lulinha movimentou R$ 525 mi em 2 anos e acertou 640 vezes na Loteria, diz inquérito

A conclusão de um inquérito da Polícia Federal (PF) trouxe à tona revelações surpreendentes sobre o contador João Muniz Leite e sua esposa, Aleksandra Silveira Andriani. Segundo os dados apurados, o casal e suas empresas movimentaram incríveis R$ 525.778.863,00 entre 2020 e 2021. Essa quantia chama ainda mais atenção quando comparada com o salário declarado por Muniz, que foi de apenas R$ 26 mil durante o mesmo período.

As informações foram fundamentais para que o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), solicitasse ordens de busca na Operação Fim da Linha, deflagrada em abril. O foco principal dessa operação era desmantelar parte do sistema de transporte de São Paulo supostamente controlado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Muniz, que já trabalhou para Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi também testemunha na investigação do caso do triplex do Guarujá, conduzido pela Lava Jato.

No entanto, o que mais chama atenção é o incrível número de vezes que o casal ganhou na loteria: nada menos que 640 vezes entre 2019 e 2021. Segundo o inquérito da PF, Aleksandra acertou 462 vezes na Mega Sena, Lotofácil e Quina, enquanto o contador foi agraciado com 178 prêmios.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou diversas transferências das empresas ligadas ao casal para casas lotéricas, levantando a hipótese de que os ganhos milionários na loteria poderiam ter sido financiados por dinheiro de origem duvidosa.

Uma das revelações mais intrigantes é a conexão de Muniz com o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, assassinado em dezembro de 2021. O Coaf detectou que parte do prêmio recebido pelo traficante foi movimentada por empresas em nome de Mayra Marcílio Daher, cliente do contador. Muniz teria participado de um bolão com Cara Preta, levantando suspeitas sobre a origem dos recursos envolvidos.

Apesar de todas essas descobertas, Muniz ainda não foi indiciado. O Gaeco e a Polícia Civil continuam investigando a extensão da participação do contador nos eventos em questão. As movimentações financeiras milionárias e os ganhos frequentes na loteria certamente lançam luz sobre um caso que promete continuar gerando repercussões nos próximos meses.


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