O dólar iniciou a semana em alta, atingindo o valor de R$ 5,38 durante a manhã de segunda-feira (10), o patamar mais alto desde janeiro de 2023. No entanto, ao final do pregão, a moeda recuou e fechou o dia valendo R$ 5,35. Esse movimento foi influenciado por uma série de fatores tanto internos quanto externos.
A postura defensiva do mercado em antecipação à decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos, agendada para quarta-feira (12), e a instabilidade política na Europa contribuíram para o fortalecimento do dólar. No âmbito interno, questões relacionadas à política fiscal do governo federal têm aumentado a pressão sobre a cotação da moeda.
Na última sexta-feira (7), a divulgação de informações sobre o ministro da Fazenda Fernando Haddad em um evento fechado no banco Santander gerou impacto no mercado cambial. Durante o evento, Haddad abordou alternativas para o caso de o crescimento das despesas obrigatórias do governo consumir o espaço destinado às despesas discricionárias. Esse cenário levantou preocupações quanto à política fiscal do país, contribuindo para a valorização do dólar.
Além disso, a medida do governo que restringe o uso de créditos de PIS/Cofins pelas empresas de diversos setores também teve reflexos no mercado cambial. A possibilidade de aumento nos preços da gasolina, etanol e diesel em resposta a essa medida impacta as expectativas de inflação e juros, afetando, consequentemente, a cotação do dólar.
No cenário internacional, o avanço da extrema direita nas eleições parlamentares da União Europeia e os dados positivos de geração de empregos nos EUA em maio reforçam a pressão sobre o euro e sugerem pouca margem para redução dos juros pelo Fed neste ano.
Diante desses elementos, o mercado segue atento às decisões de política monetária nos Estados Unidos e aos desdobramentos das questões fiscais e políticas no Brasil e no exterior, influenciando a volatilidade do dólar nos próximos dias.
