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Estudo revela que Brasil gastou R$ 153,5 bilhões com problemas de saúde ligados ao tabagismo em 2022

Um estudo coordenado pela Comissão Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro sobre o Controle do Uso do Tabaco e seus Protocolos (Conicq), junto ao Instituto Nacional de Câncer (INCA), apontou que o Brasil despendeu R$ 153,5 bilhões em despesas médicas e perda de produtividade devido ao tabagismo no ano de 2022. Este valor equivale a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O levantamento destacou que o tabagismo é responsável por quase 50 diferentes doenças incapacitantes e fatais, resultando em significativo impacto econômico. Enquanto isso, a arrecadação de impostos federais com a indústria do tabaco foi inferior a R$ 9 bilhões no mesmo período.

Segundo Vera Luiza da Costa e Silva, secretária executiva da Conicq, os resultados enfatizam que os prejuízos financeiros causados pelo tabaco superam em muito os benefícios da arrecadação de impostos pela sua venda legal. “A ideia de que o tabaco contribui significativamente para a arrecadação fiscal é uma falácia”, ressaltou a pesquisadora.

A maior parte dos gastos nacionais relacionados ao tabagismo foi direcionada para despesas médicas, totalizando R$ 67,2 bilhões pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Doenças respiratórias, cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC) foram responsáveis por 65% do total dos custos com tratamentos. Investimentos consideráveis também foram destinados ao tratamento de cânceres, com especial ênfase nos cânceres de esôfago, boca e faringe.

As consequências do tabagismo, incluindo mortes prematuras e incapacidade para o trabalho, resultaram em uma perda indireta de R$ 45 bilhões para a sociedade brasileira em 2022. Além disso, estima-se que a produtividade dos cuidadores informais, que abandonam atividades laborais para cuidar de pacientes afetados pelo tabagismo, tenha ocasionado uma perda adicional de R$ 41,3 bilhões.

O estudo também abordou o impacto do tabagismo passivo, responsável por 12% das mortes prematuras relacionadas ao tabaco no Brasil. A pesquisa sugere que um aumento de 50% na tributação dos produtos de tabaco poderia reduzir significativamente os custos com saúde e evitar 145 mil mortes relacionadas ao tabagismo, além de gerar um incremento de R$ 26 bilhões na arrecadação tributária.

Os dados foram apresentados na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília, após dois anos de análise e colaboração entre instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria, da Argentina.


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