O cenário dos filmes nacionais nos cinemas brasileiros é preocupante, conforme dados recentes divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex) e pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Fenec). No segundo trimestre deste ano, apenas 5% dos ingressos vendidos foram para filmes brasileiros, uma queda significativa em comparação aos 25% registrados no primeiro trimestre, impulsionados pelo sucesso de “Minha Irmã e Eu”, que ultrapassou 1 milhão de espectadores.
Em 2022, apenas 4,2% dos cinéfilos optaram por filmes nacionais, contrastando com uma média de 15% nos 15 anos anteriores. Esta drástica diminuição é vista como alarmante pelas instituições responsáveis pela pesquisa. A “lei da cota de tela”, que deveria garantir exibições proporcionais de filmes brasileiros, ainda não está em vigor, o que contribui para a limitação dos horários de exibição desses filmes, geralmente relegados às sessões antes das 16h, quando as salas estão menos frequentadas.
Filmes como “Os Aventureiros: A Origem”, estrelado pelo youtuber Luccas Neto e lançado pela Warner em janeiro, exemplificam essa situação, sendo programados apenas para horários de menor demanda. Em contrapartida, grandes lançamentos internacionais como “Divertida Mente 2”, da Pixar, são esperados para movimentar as bilheterias, como visto nos Estados Unidos, onde o filme arrecadou expressivos R$ 155 milhões apenas em seu primeiro final de semana.
A expectativa é que a implementação efetiva da cota de tela e o sucesso de produções de maior apelo comercial possam revitalizar o interesse e a participação dos espectadores nos filmes nacionais, essenciais para a diversidade cultural e econômica do cinema brasileiro.
