Em dez anos, os sindicatos brasileiros viram uma queda drástica de 6,2 milhões de filiados, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. A mudança na legislação trabalhista, especialmente a Reforma Trabalhista de 2017, que eliminou a obrigatoriedade da contribuição sindical e flexibilizou contratos de trabalho, é apontada como principal fator para essa redução.
O número de trabalhadores associados despencou de 14,6 milhões em 2013 para 8,4 milhões em 2023, apesar do aumento recorde de vagas no mercado de trabalho, que subiu de 91,4 milhões para 100,7 milhões no mesmo período, criando 9,3 milhões de novos postos. Em 2023, apenas 8,4% dos ocupados estavam sindicalizados, o menor índice desde 2012, quando era 16,1%.
A maior taxa de sindicalização foi observada entre os trabalhadores do setor público (18,3%), seguidos por trabalhadores familiares auxiliares (10,4%) e aqueles com carteira assinada no setor privado (10,1%). Por outro lado, os empregados sem carteira assinada (3,7%) e os trabalhadores domésticos (2,0%) apresentaram as taxas mais baixas.
Todas as grandes regiões do país registraram queda na taxa de sindicalização desde 2012, sendo o Sul o mais afetado, com uma redução de 10,8 pontos percentuais. Setores como transporte, indústria e administração pública lideraram as diminuições, refletindo mudanças significativas no panorama sindical brasileiro.
A pesquisa também destacou que, mesmo entre os trabalhadores mais instruídos, a adesão aos sindicatos diminuiu consideravelmente. Em 2023, apenas 13,5% dos ocupados com ensino superior completo eram sindicalizados, em comparação com 28,3% em 2012.
