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Militares tomam Praça Presidencial na Bolívia; Arce fala em ‘Mobilização Irregular’

Evo Morales Denuncia 'Golpe de Estado'; General Destituído Lidera Tropas

Nesta quarta-feira (26), militares das Forças Armadas da Bolívia ocuparam a praça em La Paz onde está localizado o palácio presidencial. Soldados, sob a liderança de um general recentemente destituído, invadiram o prédio.

O presidente Luis Arce denunciou nas redes sociais o que chamou de “mobilização irregular” do Exército. O ex-presidente Evo Morales afirmou que um golpe de Estado está em andamento.

Vídeos na internet mostram um blindado do Exército colidindo com a entrada do palácio presidencial, seguido por soldados que adentraram o edifício. Antes disso, tropas foram vistas marchando pelas ruas da capital. Arce declarou que “a democracia deve ser respeitada”, mas não fez outros pronunciamentos até o momento.

Segundo a agência Reuters, o general Juan José Zúñiga, destituído do cargo de comandante do Exército na terça-feira (25), afirmou que “por enquanto” reconhece Arce como chefe das Forças Armadas, mas antecipou uma troca ministerial no governo.

“Os três chefes das Forças Armadas viemos expressar nossa discordância. Haverá um novo gabinete de ministros, com certeza as coisas vão mudar, mas nosso país não pode continuar desse jeito”, disse Zúñiga à mídia local.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luís Almagro, condenou a movimentação do Exército, afirmando que a Força “deve se submeter ao controle civil legitimamente eleito”.

Zúñiga foi removido do cargo após uma série de ameaças contra Evo Morales, antigo aliado de Arce —os dois se afastaram nos últimos anos. O general vinha afirmando que Evo “não pode mais ser presidente deste país”, referindo-se a uma suposta ingerência do ex-presidente no governo.

Em uma entrevista nesta segunda-feira (24), Zúñiga declarou: “Caso cheguemos a isto, não permitirei que pisoteiem a Constituição, que desobedeçam o mandato do povo”. Afirmou ainda que “as Forças Armadas são o braço armado do povo, o braço armado da pátria”.

Evo Morales respondeu que ameaças desse tipo são sem precedentes na democracia e pressionou o governo de Arce, afirmando que, se a declaração de Zúñiga não fosse desautorizada pelo presidente e pelo ministro da Defesa, “estaria comprovado que na verdade estão autorizando um autogolpe”.

Nesta quarta-feira, Evo convocou apoiadores para uma “mobilização nacional pela democracia” contra “o golpe de Estado encabeçado pelo general Zúñiga” e convocou uma greve geral com bloqueio de rodovias. “Não permitiremos que as Forças Armadas violem a democracia e intimidem o povo”, afirmou.


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