O deputado federal André Janones apresentou sua defesa diante do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em relação ao processo por quebra de decoro parlamentar, alegando que a prática conhecida como “rachadinha” em seu gabinete era voluntária e não compulsória. Janones afirmou que os servidores de seu gabinete realizavam “contribuições espontâneas” para auxiliá-lo na recomposição de seu patrimônio após uma eleição mal sucedida em 2016, na qual sofreu perdas financeiras significativas.
O deputado reforçou sua posição ao mencionar uma gravação previamente divulgada na qual comunicava aos seus assessores que parte de seus salários seria destinada a cobrir despesas relacionadas à campanha eleitoral. Segundo Janones, essa prática não caracterizava corrupção, mas era uma forma de recuperar seus bens perdidos. Ele também levantou a possibilidade de realizar uma “vaquinha” entre seus colaboradores para financiar sua próxima campanha eleitoral.
Durante sua defesa, Janones questionou a autenticidade da gravação, argumentando que o grupo com quem estava reunido não era composto apenas por servidores, mas por um grupo político mais amplo. Ele negou veementemente as acusações de envolvimento em “rachadinha” e tentou vincular as denúncias à família Bolsonaro, sugerindo motivação política por trás dos ataques.
Além disso, a defesa do deputado argumentou que, de acordo com o Código de Ética da Câmara dos Deputados, o Conselho não poderia dar prosseguimento ao processo em relação a condutas ocorridas antes do atual mandato parlamentar. Diante disso, solicitaram o arquivamento da denúncia por falta de justa causa e tipicidade da conduta.
Vale destacar que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou um inquérito para investigar possíveis desvios de recursos públicos no gabinete de Janones, com a quebra de seus sigilos bancário e fiscal determinada pelo ministro Luiz Fux, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).