O Brasil está enfrentando uma das secas mais graves de sua história, com alguns dos principais rios do país registrando níveis de água recorde. Nas regiões amazônica e do Pantanal, rios como Acre, Solimões, Paraguai, Araguaia, Madeira e Tapajós estão com as cotas mais baixas já registradas, de acordo com o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). A previsão do tempo indica que a situação deve se agravar, sem expectativa de chuvas significativas nos próximos dias.
Nesta segunda-feira (23), o Rio Solimões atingiu níveis críticos, como -2,28 metros em Tabatinga (AM), 7,72 metros em Fonte Boa (AM) e 1,4 metros em Itapéua (AM). Outros rios, como o Madeira, registraram uma cota de apenas 25 cm em Porto Velho (RO), enquanto o Tapajós chegou a 1,17 metros em Itaituba (PA). No Pantanal, o Rio Paraguai, em Barra do Bugres (MT), atingiu 24 cm, o nível mais baixo desde 1966.
Cotas negativas, como as registradas no Rio Paraguai em Ladário (MS), onde o nível atual está em -41 cm, não significam a ausência de água, mas representam níveis historicamente baixos. Mesmo nessas condições, o rio ainda mantém uma profundidade de cerca de 5 metros, conforme dados da Marinha.
O monitoramento dos níveis dos rios é realizado por meio de estações telemétricas e convencionais, operadas pela Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN) e coordenadas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Os dados coletados são essenciais para a gestão de recursos hídricos e para a prevenção de desastres, além de alimentarem o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH).
A situação crítica pode impactar não só o ecossistema, mas também a navegação e o abastecimento de água em diversas regiões, exigindo medidas emergenciais e monitoramento contínuo para mitigar os efeitos dessa seca histórica.
