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ESTADO POLICIALESCO – Diretor da PF admite detenção de jornalista português por manifestações nas redes sociais

A PF chegou a afirmar que Tavares não tinha fornecido um visto de trabalho, mas o jornalista refutou essa afirmação mostrando o documento do interrogatório que não mencionava a necessidade de visto.

Na terça-feira (19), Rodrigo de Melo Teixeira, diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), confirmou na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado a detenção de Sérgio Tavares, cidadão português, no Aeroporto de Guarulhos (SP) em 25 de fevereiro, devido às suas postagens nas redes sociais. A detenção ocorreu após uma solicitação de audiência pública do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que considerou a ação da PF sem justificativa plausível.

Tavares, que chegou em Guarulhos para cobrir protestos em São Paulo, foi detido para interrogatório por quatro horas sobre suas declarações nas redes sociais, incluindo comentários sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), vacinação e urnas eletrônicas. A PF chegou a afirmar que Tavares não tinha fornecido um visto de trabalho, mas o jornalista refutou essa afirmação mostrando o documento do interrogatório que não mencionava a necessidade de visto.

Teixeira explicou aos senadores que a detenção se deu com base na legislação de controle migratório e no sistema de análise da PF, que busca prevenir situações de restrição ou alertas relacionados a imigrantes. Ele justificou a ação com base nas manifestações de Tavares, que, segundo ele, “beiram um aspecto criminal ou flertam com a criminalidade”, citando críticas à honra de ministros do STF e apoio a movimentos golpistas.

Apesar disso, Teixeira enfatizou que Tavares não foi preso nem teve seu passaporte retido, sendo apenas entrevistado por questões formais. Ele também mencionou a existência de aproximadamente 143 mil alertas sobre indivíduos que poderiam ser interrogados pela PF, sem fornecer detalhes sobre a orientação política desses alertas, que são confidenciais.

Os senadores questionaram a abordagem da PF ao jornalista português e fizeram requerimentos para acessar o sistema de inteligência da corporação em busca de mais informações sobre o caso.

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