A greve dos trabalhadores da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná, entrou em seu 29º dia sem sinais de acordo entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Com a paralisação, aproximadamente 15.545 veículos deixaram de ser produzidos, impactando especialmente as vendas do recém-lançado Kardian. A Renault declarou que só retomará as negociações quando os funcionários voltarem ao trabalho.
A legalidade da greve está sendo examinada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região. Um juiz já havia declarado a greve ilegal anteriormente, mas o caso agora será decidido por um colegiado.
Reivindicações dos Trabalhadores
O presidente do SMC, Sérgio Butka, acusa a Renault de não mostrar disposição para resolver as questões levantadas pela assembleia dos trabalhadores. Ele alega que a montadora prefere arriscar a saúde e segurança dos funcionários e sofrer perdas de produção a negociar.
Os trabalhadores iniciaram a greve reivindicando um valor maior para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e um reajuste salarial para 2024. Além disso, a pauta se expandiu para incluir melhores condições de trabalho. O sindicato destaca a necessidade de contratar mais empregados para aliviar a sobrecarga na linha de produção, onde os trabalhadores têm apenas 5% de tempo para pausas, o que prejudica sua saúde e segurança.
Proposta da Renault
A fábrica da Renault no Paraná, que produz modelos como Oroch, Kardian, Kwid e Duster, emprega cerca de 5 mil trabalhadores, operando em dois turnos. A Renault ofereceu uma PLR de R$ 25 mil, enquanto os trabalhadores exigem R$ 30 mil. Em relação ao reajuste salarial, a montadora propôs um aumento baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ao passo que os funcionários pedem um reajuste que inclua o INPC (3,66%) mais o crescimento do PIB de 2022 (3,02%), totalizando 6,8% .
