William Waack destaca um ponto crucial: a Lava Jato não é apenas um evento jurídico, mas sim um fenômeno social e político com profundas ramificações. Ele argumenta que a operação capturou um sentimento difuso de indignação e o desejo de mudança na sociedade brasileira.
O autor observa que a luta anticorrupção, personificada pela Lava Jato, refletiu o desejo de “acabar com o que está aí”. No entanto, ele ressalta que, devido à falta de partidos políticos e elites dirigentes capazes de canalizar essa força de maneira construtiva, essa energia muitas vezes se perde ou se desvia.
Um dos resultados desse fenômeno, de acordo com Waack, é a erosão da credibilidade do Judiciário, especialmente do Supremo Tribunal Federal (STF), como uma instituição capaz de fazer prevalecer as leis e punir os culpados. Essa perda de confiança pode representar uma ameaça à democracia brasileira.
Waack também sugere que o STF se tornou um ator político central devido à evolução do sistema político brasileiro ao longo do tempo, o que pode ter consequências significativas para a institucionalidade do país.
Por fim, o autor destaca a percepção generalizada de que o STF oferece proteção aos poderosos da política e da economia, o que alimenta a desconfiança pública em relação ao sistema judiciário.
Em suma, a análise de Waack destaca a complexidade e a amplitude do impacto da Lava Jato, não apenas no campo jurídico, mas também no âmbito social e político do Brasil. Ele levanta questões importantes sobre a credibilidade das instituições democráticas e os desafios enfrentados pela sociedade brasileira em meio a essas mudanças disruptivas.