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‘Quem se assustou que tome chá de camomila’. Maduro responde Lula sobre eleições na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu nesta terça-feira às declarações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou preocupação com as eleições no país vizinho. Lula havia manifestado seu receio após Maduro sugerir a possibilidade de um “banho de sangue” caso fosse derrotado pela oposição.

Em resposta, Maduro afirmou: “Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila.” Embora não tenha mencionado Lula diretamente, Maduro fez alusão ao termo usado pelo presidente brasileiro. “Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, acrescentou.

Na segunda-feira, Lula havia comentado sobre a situação em uma coletiva de imprensa em Brasília: “Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora.”

O termo “banho de sangue” faz referência ao ‘Caracazo’, um levante social em 1989 que resultou em milhares de mortos, apesar do balanço oficial de 300 vítimas. Este episódio foi uma das justificativas para a insurreição liderada por Hugo Chávez em 1992, que marcou o início de sua ascensão política.

Maduro defendeu sua declaração, afirmando que um retorno da direita extremista ao poder traria violência: “Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista (…) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro.”

O principal adversário de Maduro nas eleições é Edmundo González Urrutia, candidato da aliança opositora. Ele substitui María Corina Machado, que venceu as primárias com mais de 90% dos votos, mas foi impedida de exercer cargos públicos por 15 anos pela Justiça venezuelana, uma sanção que também afetou outros opositores.

Nesta terça-feira, Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, afirmou que Maduro deve aproveitar as eleições para demonstrar que a democracia na Venezuela está consolidada. Amorim, que será o enviado de Lula para acompanhar o pleito, destacou que se tudo ocorrer normalmente, não há razão para sanções contra o governo venezuelano, como as impostas pelos Estados Unidos. “O Brasil dá grande importância à eleição na Venezuela. Será uma ocasião de demonstrar que a democracia está consolidada e que não há razão para sanções”, disse Amorim.


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