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‘Se o cara é corintiano, tudo bem’ – Lula critica aumento da violência contra mulheres após jogos de futebol, mas relativiza agressões de torcedores corintianos

O vídeo da reunião foi retirado dos canais oficiais do governo, mas a fala do presidente continua a ser amplamente discutida entre os internautas.

Em uma reunião realizada no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “inacreditável” o aumento da violência contra a mulher após o término de jogos de futebol, mas causou polêmica ao relativizar as agressões cometidas por torcedores do Corinthians.

Durante o encontro com representantes da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), indústrias do setor de alimentos e bebidas, ministros de Estado e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula comentou sobre uma pesquisa que revela o crescimento dos casos de violência contra a mulher após partidas de futebol.

“Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste, eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente. Então, eu queria dar os parabéns às mulheres que estão aqui,” declarou o presidente, referindo-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A fala do presidente gerou uma reação imediata e negativa nas redes sociais e entre especialistas em violência de gênero. A minimização dos atos violentos cometidos por torcedores corintianos foi vista como uma atitude que relativiza a gravidade da violência contra a mulher.

Antes de abordar a questão da violência, Lula destacou a importância da presença feminina na reunião, elogiando a participação de nove mulheres. “Quero dizer para vocês que é louvável, é extraordinário, é a primeira reunião que nós fazemos com empresários com nove mulheres, nove mulheres. Sinceramente, é um marco histórico. […] Eu nunca fiz uma reunião com tantas mulheres aqui dentro,” afirmou o petista.

Lula também mencionou que a primeira-dama, Janja da Silva, frequentemente o cobra por maior presença feminina em eventos do governo. “Eu fico feliz porque a Janja vive me cobrando que quando tira uma fotografia e percebe que na mesa só tem homem, ela chega em casa e me cobra: ‘cadê as mulheres, cadê as mulheres?’. Então, esse é um dado concreto que nós temos que levar em conta,” disse o presidente.

A declaração de Lula sobre a violência pós-futebol e a relativização das agressões de torcedores corintianos levantaram um debate significativo sobre a postura de líderes políticos em relação à violência de gênero. A crítica inicial de Lula ao aumento da violência contra a mulher é importante, mas suas palavras subsequentes destacam a necessidade de cuidado ao tratar de temas tão sensíveis.


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