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Venezuela fecha fronteiras e barra entrada de avião com ex-presidentes do Panamá e do México

A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) da Venezuela anunciou nessa sexta-feira (26) o fechamento das fronteiras para o deslocamento de pessoas e veículos, em preparação para as eleições presidenciais deste domingo (28). Após o anúncio, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, denunciou que um avião transportando ex-presidentes não foi autorizado a decolar do Aeroporto Internacional de Tocumen para acompanhar o processo eleitoral venezuelano. Além disso, uma delegação de dez membros do Partido Popular (PP) espanhol foi detida no aeroporto de Caracas, conforme informado pelo líder do PP, Alberto Núñez Feijóo.

 

De acordo com o jornal El País, entre os passageiros do avião estavam a ex-presidente do Panamá Mireya Moscoso (1999-2004) e o ex-presidente do México Vicente Fox (2000-2006), além de outros ex-chefes de Estado. A medida gerou preocupação no governo do Brasil e em outros países da região sobre a condução do processo eleitoral na Venezuela, especialmente após a administração de Nicolás Maduro impedir a participação de diversos candidatos da oposição no pleito.

 

Em resposta à denúncia do presidente panamenho, o ministro das Relações Exteriores do Panamá, Javier Martínez Acha, convocou a missão diplomática da Venezuela para explicar a situação. Em entrevista coletiva, ele afirmou que o governo da Venezuela bloqueou o espaço aéreo para a empresa Copa Airlines, retendo um avião que fazia a rota Caracas-Panamá e impedindo a decolagem de um voo na rota Panamá-Caracas devido a um incidente com passageiros destacados.

 

Pouco depois, Feijóo exigiu a libertação imediata da delegação de seu partido detida no aeroporto de Caracas e pediu que o governo da Espanha tomasse medidas para resolver a situação. Em uma carta aberta, a ex-presidente do Chile e ex-alta comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, apelou às autoridades venezuelanas para garantirem o respeito aos direitos humanos de todos os cidadãos durante as eleições.

 

Uma resolução emitida na semana passada pelos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores venezuelanos indicava um “controle rigoroso” do deslocamento fronteiriço de pessoas, mas não mencionava o fechamento das fronteiras. Segundo Domingo Hernández Lárez, comandante estratégico operacional da FANB, a medida começou a ser aplicada às 00h01 no horário local (01h01 em Brasília) e se estenderá até 8h da próxima segunda-feira. O objetivo é “resguardar a inviolabilidade das fronteiras e prevenir atividades de pessoas que possam representar ameaças à segurança” do país.

 

O fechamento das fronteiras ocorre pouco mais de uma semana após Nicolás Maduro alertar sobre a possibilidade de um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso ele não seja reeleito. No mesmo discurso, Maduro convidou seus eleitores a festejar nas ruas no dia 28 de julho, prevendo “resultados irreversíveis” a seu favor, embora as pesquisas apontem o diplomata Edmundo González Urrutia, candidato de consenso da oposição, como favorito nas eleições presidenciais.

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