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O triste cenário da Educação no Brasil em 2024

Em 2024, o Brasil tem nos deparado com um panorama educacional preocupante: baixos índices de desempenho persistem e se aprofundam, lançando uma sombra desoladora sobre o futuro do nosso país. É verdade que têm havido esforços pontuais, mas os resultados do PISA 2022, por exemplo, indicam que ainda estamos muito longes de alcançar patamares no mínimo satisfatórios na área da Educação. Encontramo-nos estagnados, em posições inferiores à média da OCDE e atrás de vários países africanos miseráveis e famintos nos rankings educacionais.

E quais seriam os responsáveis por esta situação dantesca da Educação no Brasil? Por exemplo, a desigualdade social, enraizada desde os tempos da colonização (ou exploração), se reflete na baixa qualidade de aprendizagem ofertada. Escolas públicas, que atendem à maioria dos estudantes, quase sempre carecem de infraestrutura, formação docente mais qualificada e recursos pedagógicos mais eficazes.

Por outro lado, temos a falta de investimento na área educacional como um problema crônico: o Brasil destina menos recursos à educação do que a média dos países da OCDE, em especial no Ensino Básico. Já no Ensino Superior, a média é até acima da OCDE, e de muitos dos países ditos de Primeiro Mundo, mas os recursos são perdidos, mal utilizados ou até desviados.   

Não bastasse a baixa qualidade, a falta de investimentos e a corrupção na área da Educação (veja-se o caso dos prejuízos multimilionários na prefeitura de Porto Alegre, através de licitações corruptas destinadas a escolas, em 2024), temos altos índices de evasão escolar, principalmente da população masculina. Muitos alunos (de qualquer gênero) acabam abandonando os estudos, tanto no nível básico como superior, por necessidade de trabalhar, cuidar dos filhos, da família, ou meramente pela falta de incentivo e interesse. Um país que, para começar, não promove a leitura e a escrita, tampouco irá se debruçar sobre os problemas educacionais em escolas e universidades. 

O que nos resta é esperar que o governo invista mais na base de toda sociedade, a Educação. Houve cortes drásticos no ministério da Educação em 2024, atingindo até mesmo as bolsas de pesquisa de nível superior. Isso é preocupante: um povo mais consciente e letrado pensa mais, produz mais e vota melhor, inclusive diminuindo os altos índices de criminalização que se observam na terra brasilis atualmente.

Precisamos rever as carreiras docentes no Brasil. Esse é um ponto crucial: várias universidades federais entraram em greve este ano, com seus funcionários públicos, exigindo melhores salários, bonificações e condições de trabalho. É claro que essas necessidades não se restringem ao Ensino Superior, e são ainda mais gritantes no Ensino Básico – Fundamental e Médio. 

Neste bojo, é imprescindível repensar o currículo escolar e os currículos de nível superior, adequando-o às demandas do século XXI e proporcionando uma educação mais inclusiva e crítica. A tecnologia pode ser uma aliada infante nesse processo, mas não deve ser vista como uma solução mágica – até porque não é.

Por fim, toda a sociedade civil detém um papel importante quando se fala na área de EducaçãoFamílias, comunidades e organizações sociais precisam se engajar por uma educação de qualidade para todos. Nesse contexto, o controle social das políticas públicas e a cobrança por resultados se mostram essenciais para garantir que os recursos governamentais sejam utilizados de forma eficiente e transparente.  

O Brasil pode ser um país promissor e referência no saber – apesar dos pesares. É um país de muitos cérebros privilegiados, vários dos quais estão migrando para outras nações diante da falta de recursos e incentivo. Então, é necessário criar um ambiente educacional atrativo para alunos, docentes e pesquisadores. E, para que sigamos esse caminho de prosperidade intelectual, social e, por conseguinte, econômica, só há uma maneira: esforço conjunto e articulado entre governos, educadores, famílias e sociedade. Enquanto estivermos desunidos e sem objetivos mais incisivos, não haverá muito a ser feito senão lamentar e sofrer as consequências do descaso, que perdurarão por várias gerações como têm perdurado na nossa.


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