Gerentes da Caixa Econômica Federal foram destituídos após se oporem a uma operação “arriscada” e “atípica” de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master. A decisão foi comunicada durante uma videoconferência realizada em 8 de julho, com a presença do CEO da Caixa Asset, Pablo Sarmento. A justificativa oficial foi uma “reformulação” na companhia, sem detalhar os novos métodos de atuação.
A decisão gerou uma crise dentro da Caixa, com interpretações de retaliação e tentativa de eliminar resistências internas ao negócio. A operação foi temporariamente retirada de pauta, mas pode ser reconsiderada nas próximas reuniões do comitê de investimentos, agora com novos gerentes.
A área técnica da Caixa alertou sobre os riscos sem precedentes da operação, destacando que a Caixa Asset nunca realizou um investimento desse volume em uma instituição de perfil arriscado como o Banco Master, que possui rating BB+. A proposta envolve um prazo de 10 anos, o que aumenta os riscos, contrariando práticas comuns de mitigação.
Histórico e Reputação do Banco Master
O Banco Master tem um histórico de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e envolvimento em crimes financeiros. Um dos sócios, Maurício Quadrado, foi acusado de oferecer propina em um caso de uso de recursos do FI FGTS. Além disso, 47% da carteira de crédito do banco é composta por precatórios, classificados como de alto risco pela Caixa Asset.
Posicionamento das Instituições
A Caixa Asset não esclareceu se pretende manter a operação de compra dos R$ 500 milhões. O Banco Master, por sua vez, afirmou desconhecer o parecer técnico da Caixa e defendeu a integridade de seus executivos, alegando que outras instituições continuam adquirindo suas letras financeiras em condições similares.