33.4 C
Belo Horizonte
InícioEDUCAÇÃOSindicato aceita reajuste e acordo pode encerrar a greve dos professores federais

Sindicato aceita reajuste e acordo pode encerrar a greve dos professores federais

Anúncio oficial do acordo está previsto para 6 de junho

A Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) aceitou, na tarde desta segunda-feira (27), a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo Lula (PT).

A assinatura foi realizada sem a participação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), outra entidade significativa nas negociações, que rejeitou os termos apresentados pelo governo. O anúncio oficial sobre o acordo deve ocorrer em 6 de junho.

O acordo foi alcançado após 54 dias de greve e cinco rodadas de negociações. O reajuste aprovado é de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026.

Os servidores reivindicavam um reajuste de 7,06% já em 2024, além dos 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em 2026. Na semana passada, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos comunicou que não receberia mais contrapropostas dos grevistas, ignorando essas demandas.

A postura do Ministério, liderado por Esther Dweck, gerou discordâncias entre os sindicatos. A Proifes aceitou os termos do governo, enquanto o Andes rejeitou a proposta e tentou deslegitimar a autoridade da Proifes para firmar um acordo.

Em uma reunião realizada na tarde desta segunda-feira em Brasília, houve troca de acusações entre os sindicatos. O governo tentou apaziguar a situação com o Andes, propondo postergar o encerramento das negociações, mas a Proifes assinou a proposta.

O presidente do Andes, Gustavo Seferian, classificou a assinatura do acordo como “golpe” e um “tiro no pé” da gestão petista. Já o presidente da Proifes, Wellington Duarte, afirmou que divergências são parte do “jogo democrático” e defendeu o acordo com o Ministério da Gestão.

No total, 58 universidades e institutos federais aderiram à paralisação deste ano.

Greve Pode Continuar, e Aliados Tentam Proteger Lula

A estratégia do Andes agora é convencer os professores a continuar em greve. O sindicato acredita que a postura do governo fortaleceu o movimento e enfraqueceu a administração federal. Durante o fim de semana, Lula enfrentou protestos de professores e estudantes.

O Andes também pretende apresentar novas exigências, como a recomposição do orçamento das universidades federais, que tem diminuído nos últimos anos. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) já anunciaram situação de calamidade financeira.

Aliados de Lula, incluindo membros da comissão de Educação da Câmara, como os deputados petistas Zeca Dirceu (PR) e Natália Bonavides (RN), atribuíram a irritação dos profissionais da educação aos governos anteriores.

Dirceu afirmou que, durante anos, a educação enfrentou retrocessos, e agora os docentes querem recuperar as perdas, enquanto o governo não pode resolver tudo de uma vez. Bonavides ressaltou a necessidade de luta para conseguir conquistas e resolver o cenário de desvalorização salarial e escassez orçamentária herdado dos anos de desmonte promovido por Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Nova Assembleia na UFMG para Decidir os Rumos da Greve

Nesta quarta-feira (29), será realizada uma nova assembleia para definir os rumos da greve na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco informou que está em análise a última proposta feita pelo governo federal.

De acordo com o Ministério da Gestão, a proposta final não prevê aumento para este ano, mas um reajuste gradual a partir de janeiro do próximo ano, começando com 9% para técnicos administrativos e professores. A proposta não é aceita pelos sindicatos representativos das categorias.

O Sindicato dos Professores contabiliza que 59 universidades filiadas estão em greve, enquanto o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica informa que a paralisação atinge mais de 560 unidades da rede federal de educação.


RELACIONADOS
Feito com muito 💜 por go7.com.br