O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) de Belo Horizonte aprovou, nesta quarta-feira (31 de julho), a solicitação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para cortar 274 árvores. A universidade fez o pedido visando à construção de um prédio de cinco andares, incluindo dois subsolos, como parte das obras de urbanização do BH-TEC, o Parque Tecnológico da cidade.
A área destinada à construção do edifício situa-se na transição entre os biomas de Mata Atlântica e Cerrado, caracterizada como Floresta Estacional Semidecidual Montana, em estágio inicial de regeneração. Este local não está classificado como Área de Preservação Permanente (APP) ou outra zona de importância para conservação e preservação, sendo atualmente utilizado para trabalhos de iniciação científica devido ao fácil acesso urbano.
Das 307 árvores identificadas nos 1.200m² da área, a UFMG solicitou a remoção de 274, preservando 33. Entre as árvores a serem cortadas, 15 são ipês-amarelos, protegidos por lei estadual, o que exige análise e aprovação específica do Comam.
Para compensar a remoção, a UFMG precisará plantar 1.080 mudas, das quais 75 serão de ipê-amarelo, conforme determina a legislação ambiental. O plantio deve ser realizado na mesma sub-bacia hidrográfica do empreendimento e mantido por cinco anos, com reposição de mudas em caso de falha.
O parecer técnico aprovado pelo Comam também define o uso do material lenhoso resultante da supressão. Todo o material será aproveitado no BH-TEC, com exceção de itens necessários para oficinas de arte e marcenaria para confeccionar placas e mobiliário. As espécies nativas não protegidas por lei e as exóticas serão utilizadas na nucleação das áreas de mata nativa e bordas, construção de abrigos para fauna, decomposição e ciclagem de nutrientes, além da delimitação de trilhas ecológicas do BH-TEC. Já a madeira de ipês-amarelos será utilizada para sinalização e educação ambiental nas trilhas ecológicas, além de bancos e outros mobiliários.
Detalhes do novo prédio do BH-TEC
No pedido, a UFMG detalhou a estrutura do novo edifício a ser construído. O primeiro subsolo será um estacionamento com nove vagas para carros, quatro para motos, três para bicicletas e um reservatório de água. O segundo subsolo incluirá o acesso de veículos, uma vaga para carga/descarga, área de triagem de insumos, vestiários, salas de terceirizados, arquivo, almoxarifado, salas de ensaios físicos, EPI, sanitários e subestação.
O primeiro andar, ao nível da rua, terá o acesso principal, recepção, núcleo de sanitários e salas de laboratórios. No segundo andar, ficará a área administrativa, com salas de expediente, salas de reunião, núcleo de sanitários e copa, além de um terraço com cobertura metálica tipo brise horizontal. O último andar abrigará a área técnica, com a casa de máquinas do elevador, reservatórios superiores, cobertura em laje impermeabilizada para painéis fotovoltaicos e condensadoras do ar condicionado.
