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Barragem em Ouro Preto entra em nível de alerta após vistoria encontrar rachaduras

A barragem Forquilha V, localizada na mina de Fábrica em Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, foi colocada em nível de alerta após uma vistoria da Agência Nacional de Mineração (ANM) identificar fissuras em sua estrutura. A inspeção, realizada nesta segunda-feira (5), revelou trincas na barragem de rejeitos de minério de ferro, que possui risco potencial alto, podendo afetar vidas humanas em caso de incidente ou rompimento.

A ANM está avaliando se há tendência de progressão das fissuras. A mineradora Vale, responsável pela barragem, é agora obrigada a realizar inspeções diárias e enviar relatórios semanais detalhando o comportamento das rachaduras e as medidas corretivas adotadas. Caso os ajustes não sejam implementados ou se mostrem ineficazes dentro de 60 dias, a ANM poderá elevar a barragem ao nível 1 de emergência.

Declarações e Ações da Vale

A Vale afirmou que a estrutura não sofreu alterações nas suas condições de estabilidade e que as declarações de conformidade e operacionalidade permanecem positivas. A empresa informou que sua equipe técnica identificou e comunicou a ocorrência à ANM e que a barragem está monitorada 24 horas por dia pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG). Desde 2023, a barragem Forquilha V está fora de operação.

Plano de Ação

A ANM exigiu a limpeza das fissuras e a instalação de extensômetros para medir a possível progressão das rachaduras. Além disso, um estudo de tensão-deformação foi solicitado para determinar as causas prováveis das fissuras e permitir o acompanhamento futuro de eventuais deformações na estrutura.

Impacto Ambiental e Social

A barragem Forquilha V possui um volume atual de 2.680.000 m³ de rejeitos e tem uma contenção capaz de segurar 67.719.070 m³. Embora a Vale afirme que a barragem não afeta outras estruturas do complexo e que não há comunidades ou estruturas operacionais na Zona de Autossalvamento (ZAS), a ANM aponta que existem pessoas ocupando permanentemente a área afetada a jusante da barragem, além de instalações residenciais, agrícolas e industriais de relevância socioeconômica.

Contexto Regional

Ouro Preto é a cidade com o maior número de barragens de rejeitos em risco no Brasil. Em dezembro de 2023, Minas Gerais possuía 51 barragens em algum nível de alerta, das quais 26 não tinham estabilidade comprovada. No Brasil, existem 88 barragens sob alerta, com Minas Gerais concentrando quase 60% dessas estruturas.

Histórico Recente

A barragem Forquilha III, também da Vale em Ouro Preto, está desde 2019 em nível 3 de emergência, indicando risco iminente de rompimento. Em abril, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recomendou maior transparência da mineradora após a estrutura apresentar uma anomalia grave. A trinca foi corrigida no mesmo mês.

O que diz a ANM

“As fissuras identificadas foram inspecionadas visualmente pelos fiscais da ANM, assim como os dados da instrumentação. Foi exigida a limpeza e acompanhamento com instalação de extensômetros, para verificar se há tendência de progressão ou estabilização. Adicionalmente, exigiu-se a elaboração de um estudo de tensão-deformação para auxiliar na determinação das causas prováveis e permitir o acompanhamento futuro de eventuais deformações na estrutura. Foi instaurada situação de alerta para a estrutura, sendo obrigatório que a Vale realize inspeções diárias e encaminhe um relatório semanal detalhando o comportamento das fissuras identificadas e elencando as medidas tomadas para garantir a segurança do barramento.”

O que diz a Vale

“A Vale esclarece que a barragem Forquilha V, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto (MG), não sofreu alterações nas suas condições de estabilidade e permanece com Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) e Declaração de Conformidade e Operacionalidade (DCO) positivas vigentes. A Agência Nacional de Mineração (ANM) vistoriou a estrutura, após a equipe técnica da Vale identificar e comunicar a ocorrência de fissuras, sendo determinado pelo órgão a Situação de Alerta, o que não representa uma situação que altera as condições de estabilidade da barragem. Um plano de ação já está em andamento para diagnóstico e tratamento. A Vale reforça que a barragem Forquilha V não tem influência sobre outras barragens do complexo e não há comunidade e estruturas operacionais na sua Zona de Autossalvamento (ZAS). A estrutura está sem operar desde 2023 e é monitorada 24 horas por dia, 7 dias por semana pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa.”


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