A Universidade Federal de Itajubá (Unifei) foi condenada a pagar R$100 mil por danos morais coletivos após serem constatados casos de assédio moral praticados por superiores hierárquicos no campus de Itabira. A sentença, proferida pelo Juiz Adriano Antônio Borges, da Vara do Trabalho, foi motivada por denúncias feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintunifei).
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), quatro gestores da Unifei — incluindo o diretor e a vice-diretora do campus de Itabira — adotaram condutas desrespeitosas contra servidores, especialmente mulheres. Entre as práticas descritas estavam interrupções frequentes, tom alterado de voz, agressões verbais, ordens diretas desrespeitando hierarquias, além de condições inadequadas de trabalho.
O processo, iniciado em abril deste ano, também destacou a falta de um refeitório adequado para os funcionários, forçando-os a comer em locais improvisados ou pagar pelas refeições em restaurantes locais. Um Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros vencido também foi apontado, expondo trabalhadores a riscos.
A Unifei, que já recorreu da decisão, negou as acusações, afirmando que as reclamações dos servidores foram arquivadas por falta de evidências de assédio. No entanto, a Justiça determinou que a universidade adote medidas para evitar novas ocorrências, sob pena de multas adicionais.
O Sintunifei destacou que casos semelhantes de assédio moral foram relatados no campus de Itajubá, sugerindo uma “cultura institucional” de desrespeito. A universidade afirmou que, independentemente da decisão judicial, pretende abordar as questões internas que levaram às denúncias, buscando mudanças organizacionais e culturais.
A decisão judicial reflete uma crescente atenção às condições de trabalho em instituições públicas e o combate ao assédio moral, promovendo um ambiente de respeito e dignidade aos servidores.