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Mais da metade das cidades mineiras sem candidatos de Esquerda

Desgastes, frutos de casos de corrupção, progressismos e incoerência entre discurso e prática, fragilizaram as siglas e os nomes da esquerda no estado e no Brasil.

Uma análise dos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizada pelo Núcleo de Dados do Estado de Minas revela que mais da metade dos municípios mineiros (55,3%) não têm candidatos a prefeito de partidos alinhados à esquerda. Esse total representa 472 cidades, incluindo Divinópolis e Sabará. Ao considerar também os candidatos a vice-prefeitos, esse número cai para 39,7%.

Entre as cidades que não têm representação da esquerda estão Lavras, Ituiutaba, Esmeraldas e Curvelo, que já sabem que seus próximos prefeitos virão de partidos da centro-direita ou da extrema direita. Em contrapartida, 381 municípios apresentam candidatos filiados a partidos de esquerda, sendo Belo Horizonte a cidade com maior número de postulantes dessa natureza, totalizando quatro: Duda Salabert (PDT), Indira Xavier (UP), Wanderson Rocha (Psol) e Rogério Correia (PT). A presença da esquerda na capital, no entanto, é ofuscada por declarações do presidente do PCO que apoiou Jair Bolsonaro, demonstrando a fragmentação do apoio à esquerda.

Montes Claros, o sexto maior colégio eleitoral do estado, é um dos raros casos onde a metade dos candidatos a prefeito são de partidos de esquerda. Já Governador Valadares e Ipatinga, outros colégios eleitorais importantes, têm apenas um ou dois candidatos de esquerda entre seus concorrentes.

O cenário desfavorável para a esquerda em Minas é atribuído ao desgaste do PT, especialmente após a Operação Lava-Jato e a administração de Fernando Pimentel, que deixou uma memória negativa entre os eleitores. O cientista político Adriano Cerqueira observa que, nas cidades menores, a identificação ideológica é menos relevante do que as conexões pessoais dos candidatos. Esse fenômeno pode prever um fortalecimento da direita nas próximas eleições, pois a falta de candidatos progressistas pode impactar as candidaturas em níveis estadual e federal, já que prefeitos eleitos são cruciais para a construção de bases políticas sólidas.


 

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