A inauguração da nova biofábrica em Belo Horizonte, ocorrida nesta segunda-feira (29), marca o início da produção de dois milhões de mosquitos modificados com a bactéria Wolbachia por semana. Essa bactéria é capaz de impedir a transmissão da dengue, zika e chikungunya. Embora a estrutura já esteja concluída, a liberação dos insetos pode começar apenas em janeiro de 2025, quando a operação estiver em pleno funcionamento.
Os mosquitos, ao serem liberados, vão se reproduzir com os Aedes aegypti locais, estabelecendo uma população que carrega apenas a bactéria Wolbachia. A construção da biofábrica, situada em um terreno de 4 mil metros quadrados no bairro Gameleira, iniciou em fevereiro do ano passado. Com laboratórios e espaços administrativos distribuídos em mais de 1,1 mil metros quadrados, a gestão da fábrica será conduzida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
A construção da biofábrica foi realizada como parte das medidas de reparação pelos danos causados pelo rompimento das barragens da Vale em Brumadinho, ocorrido em janeiro de 2019. A operação do espaço será dividida em duas etapas, com um investimento total de mais de R$ 77 milhões. A primeira etapa, que inclui a construção do prédio, foi financiada em cerca de R$ 20 milhões, enquanto a segunda etapa, de operação, está prevista para receber investimentos de pelo menos R$ 57 milhões.
A Vale arcou com os custos de equipamento, mobiliário e operação da biofábrica por cinco anos. Após esse período, a operação será revisada, e espera-se que a produção dos mosquitos com Wolbachia seja estendida para todo o estado de Minas Gerais. Inicialmente, os mosquitos serão liberados em Brumadinho e outros 21 municípios associados à Bacia do Rio Paraopeba, com a aprovação da população. O objetivo é expandir a produção para todo o território estadual posteriormente.