O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca nesta quinta-feira (27) em Minas Gerais, onde cumprirá três agendas oficiais nas cidades de Contagem, Belo Horizonte e Juiz de Fora. Esta é a quarta visita de Lula ao estado neste ano, depois de não ter feito nenhuma visita em 2023.
As três cidades visitadas por Lula têm uma relação direta com as eleições de outubro. Em Contagem, Lula visita as obras da Avenida Maracanã, via de 4,5 quilômetros que ligará a cidade a Belo Horizonte, Esmeraldas e Betim. Ele estará ao lado da prefeita Marília Campos (PT), que buscará a reeleição.
Em Belo Horizonte, na sexta-feira (28), Lula assinará um pacto de trabalho no setor de Energia e Mineração e contratos de redes de transmissão de energia estimados em R$ 3,5 bilhões. O presidente estará acompanhado de Rogério Correia, pré-candidato à prefeitura.
Ainda na sexta-feira, Lula participará da inauguração do Viaduto Roza Cabinada, em Juiz de Fora, ao lado da prefeita Margarida Salomão (PT), outra pré-candidata à reeleição.
Frente Ampla
Em Belo Horizonte, lideranças de esquerda estão preocupadas com o crescimento dos candidatos de direita nas pesquisas. Em vários levantamentos, os candidatos da esquerda aparecem apenas na terceira ou quarta colocações, ficando fora do segundo turno.
Por isso, importantes vozes de diferentes partidos defendem uma frente ampla progressista. Fontes ouvidas pela Itatiaia garantem que Lula pode ter um papel decisivo na união de partidos de esquerda na disputa pela prefeitura da capital.
Em um primeiro movimento, Lula tem conduzido conversas para unir a deputada Bella Gonçalves (PSOL) e o deputado Rogério Correia (PT). Em entrevista à Itatiaia, o vice-líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados afirmou que o PT quer ampliar essa união. “Alinhavamos uma estratégia eleitoral para unificar os partidos progressistas”, explicou Correia. “A nossa intenção é costurar um campo progressista, com ideias para a cidade, que traga soluções para BH.”
O presidente do PT em Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira, também defende a frente ampla. “O Rogério, entre os nomes das pré-candidaturas da esquerda, é o que está tendo melhor desempenho nas pesquisas”, afirmou. “Tenho certeza que conseguiremos construir unidade no campo da esquerda.”
A deputada Bella Gonçalves também acredita na força da união. “BH corre o risco de perder para a extrema-direita ou para tendências políticas que nunca ocuparam espaço aqui”, alertou. “Tenho insistido na unidade de esquerda e, com a provocação do presidente Lula, estou disposta a estar junto com o PT e a Federação ‘Brasil da Esperança’ desde o primeiro turno.”
Ampliação da Frente
Para ampliar a frente, Lula e o PT precisam convencer a deputada Duda Salabert a se juntar ao grupo. Salabert, do PDT, tem defendido sua própria candidatura e o potencial de crescimento nas pesquisas. Ela foi convidada por Lula para participar das agendas na Grande BH e está avaliando o convite.
Outro nome no radar do PT é o prefeito Fuad Noman, que deve comparecer à agenda de hoje com Lula. No entanto, Noman ainda não indicou claramente se estaria disposto a abrir mão de sua pré-candidatura.
A formação de uma frente ampla requererá um delicado trabalho de convencimento por parte de Lula e do PT. Com apenas duas vagas — prefeito e vice —, será necessário que um dos nomes abra mão de ser prefeito para se contentar com a vaga de vice. Os demais terão que se satisfazer, por exemplo, com cadeiras no secretariado, em caso de vitória da frente ampla.
