Um estudo recente divulgado pelo Instituto Cidades Sustentáveis revelou que Belo Horizonte figura como a terceira capital brasileira com menos desigualdades, conforme o Mapa da Desigualdade entre as Capitais.
Essa análise, realizada com base em diversos indicadores, incluindo educação, renda, pobreza, trabalho e ações climáticas, coloca a capital mineira em posição privilegiada, superando a média de outras 22 capitais do país. Curitiba (PR) e Florianópolis (SC) ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar nesse ranking.
Por outro lado, Porto Velho (RO) apresenta os piores indicadores, com 23 deles abaixo da média em comparação com suas contrapartes. Notavelmente, as três capitais mais populosas do Brasil – São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza – estão posicionadas em quinto, 11º e 20º lugar, respectivamente. Brasília (DF) não foi considerada nesta pesquisa.
O estudo compilou 40 indicadores de diversas fontes, como o Censo, diferentes Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios Contínuas (Pnad) e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), agrupando-os de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Jorge Abrahão, coordenador-geral do Instituto Cidades Sustentáveis, destaca que o mapa serve como um chamado de atenção para as administrações, evidenciando a necessidade de um olhar abrangente sobre os desafios enfrentados.
Embora Belo Horizonte tenha se destacado em diversos indicadores, ainda há desafios a serem enfrentados. Na esfera ambiental, por exemplo, a cidade está em 23º lugar em termos de áreas florestadas e naturais. Além disso, questões como gravidez na adolescência, desigualdade de renda e mortalidade por suicídio também apresentam desafios significativos.
Jorge Neves, professor da UFMG, aponta que Belo Horizonte apresenta bons resultados em indicadores relacionados à esfera pública, mas enfrenta desafios consideráveis na esfera privada, como questões de desigualdade de gênero e racial. Ele destaca a importância de políticas públicas eficazes para lidar com esses desafios, que muitas vezes são mais complexos de serem abordados do que questões de oferta de serviços públicos.
Para Neves, o conservadorismo da sociedade e a estrutura municipal de gestão eficaz têm impacto significativo nesse cenário, tornando os desafios ainda mais complexos. Ele ressalta a necessidade de políticas públicas bem-sucedidas que atuem sobre a esfera privada para enfrentar essas desigualdades de forma eficaz.
