A farmacêutica Biomm obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produzir insulina glargina em sua fábrica localizada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. Essa conquista permite à empresa realizar tanto a formulação quanto o envase desse produto que, anteriormente, era importado da China. No Brasil, onde aproximadamente 16 milhões de pessoas vivem com diabetes, essa iniciativa é significativa para garantir o acesso a tratamentos essenciais.
A insulina glargina, produzida por meio da técnica de DNA recombinante, oferece uma duração de até 24 horas em comparação com a insulina humana. Essa característica permite sua aplicação uma vez ao dia, sem a necessidade de horários fixos, proporcionando maior flexibilidade no estilo de vida dos pacientes diabéticos, reduzindo os riscos de hipoglicemia.
Apesar de já estar disponível no mercado brasileiro por meio de uma parceria com uma empresa chinesa, a importação da insulina glargina apresenta custos elevados. A produção nacional em Minas Gerais, segundo Francisco Freitas, diretor de operações da Biomm, beneficiará diretamente os pacientes.
“O Brasil precisa começar a produzir insulinas em escala para não depender exclusivamente de tecnologias e medicamentos estrangeiros, que são mais caros e têm fornecimento complexo”, ressaltou Freitas.
Com um investimento de R$ 800 milhões, a empresa terá capacidade para produzir até 20 milhões de unidades do medicamento por ano em sua fábrica de Nova Lima, que ocupa uma área total de 100 mil metros quadrados, sendo 12 mil metros quadrados de área construída. A data de início da produção ainda não foi divulgada, porém, segundo a Anvisa, esse avanço representa um importante marco para o Brasil ao retomar a produção nacional de insulinas.
