Moradores e comerciantes do Bairro Floresta, em Belo Horizonte, estão contestando o fechamento planejado da Rua Sapucaí ao tráfego de veículos pela Prefeitura. Em uma audiência pública, expressaram preocupações sobre o impacto da medida, parte do programa de revitalização urbana Centro de Todo Mundo, na mobilidade, no comércio e na segurança local.
A principal crítica é a falta de estudos prévios que justifiquem o fechamento permanente da via, que atualmente é essencial para o trânsito de sete linhas de ônibus e acesso a instituições de ensino e imóveis históricos. Mariana Cândida Vieira, coordenadora da Rede de Vizinhos Protegida da Regional Leste, enfatizou os potenciais congestionamentos e o impacto negativo na qualidade de vida dos moradores.
Leila Fernandes, líder comunitária, destacou que a Rua Sapucaí é crucial para a conectividade da região, recebendo uma quantidade significativa de ônibus diariamente. Ela alertou que o fechamento poderia sobrecarregar ainda mais o transporte público e dificultar o acesso dos moradores a serviços essenciais.
Jairo Hudson de Mendonça Castilho, residente no bairro há 40 anos, levantou preocupações com a segurança, apontando que a presença de bares adicionais poderia aumentar os problemas existentes, como o consumo de drogas e a ocorrência de crimes.
Comerciantes também manifestaram inquietações sobre os impactos negativos no comércio local, especialmente para estabelecimentos como salões de beleza, cujo acesso seria comprometido pelo fechamento da via.
Reinaldo Gomes Preto Sacolão, vereador que convocou a audiência, anunciou que buscará suspender as obras e retomar o diálogo com a comunidade, enfatizando a importância de encontrar um equilíbrio entre a revitalização urbana e as necessidades dos moradores locais.
Enquanto a Sudecap e a BHTrans afirmaram que testes de tráfego não detectaram problemas significativos, reconheceram a necessidade de considerar as preocupações levantadas pela comunidade antes de prosseguir com o projeto.
