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Piora no caso Cleonice: balão intragástrico mal conduzido leva paciente ao coma e expõe omissão de clínica em BH

Piorou o quadro de saúde de Cleonice Pardinho, 59 anos, após a colocação de um balão intragástrico que resultou em perfuração do estômago, infecção generalizada, duas cirurgias emergenciais e coma induzido. O caso ocorreu no fim de julho e, segundo a família, a clínica responsável ignorou sinais claros de complicação e não ofereceu suporte emergencial.

Nesta semana a família irá depor na polícia, que apura o caso.

De emagrecimento a tragédia

O procedimento foi feito em 31 de julho. Horas depois, Cleonice apresentou dor intensa e queda de saturação de oxigênio para 80%. Mesmo assim, de acordo com familiares, a clínica teria recomendado apenas “aguardar”. Somente após ser levada ao Hospital Júlio Kubitschek foi constatada a perfuração gástrica e a infecção abdominal. O balão precisou ser removido e foram realizadas duas cirurgias reconstrutivas. Cleonice segue internada em estado gravíssimo.

A filha da paciente registrou ocorrência policial denunciando negligência. A clínica ainda não se manifestou oficialmente.

Procedimento é seguro quando bem conduzido

Segundo a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), o balão intragástrico tem taxa de complicações graves inferior a 0,2% quando segue protocolos:
– avaliação prévia com exames endoscópicos e laboratoriais;
– acompanhamento multidisciplinar (médico, nutricionista, psicólogo);
– uso de medicação profilática;
– retorno precoce em até sete dias;
– remoção imediata do balão diante de dor intensa, febre ou sinais de perfuração.

O descumprimento desses cuidados pode levar a quadros fatais.

Especialistas apontam omissão

Médicos ouvidos pelo BH ao Vivo reforçam que dor intensa após colocação do balão não é sintoma esperado e deveria ter motivado exames de imagem urgentes. A ausência de diagnóstico precoce aumenta o risco de septicemia, como ocorreu com Cleonice.

Para a advogada Elisângela Oliveira, do escritório Oliveira e Mesquita Sociedade de Advogados, e para a especialista Fernanda Moraes, o caso pode configurar erro médico decorrente de negligência, abrindo espaço para ações cíveis e criminais.

“A clínica tinha o dever de acompanhar a paciente de forma diligente, providenciar exames complementares e, se necessário, a retirada emergencial do balão. A omissão em adotar condutas básicas de segurança médica fere diretamente o dever legal e ético dos profissionais da saúde.”

Próximos passos

A família informou que acionará o CRM-MG, a Vigilância Sanitária e, se houver indícios de risco coletivo, o Ministério Público Estadual. Judicialmente, pretendem buscar indenização por danos materiais e morais e a apuração criminal da conduta dos profissionais.

O caso reforça a necessidade de fiscalização mais rígida em clínicas de estética e procedimentos minimamente invasivos no Brasil, setor em rápida expansão e que, sem protocolos rígidos, pode transformar a promessa de saúde em tragédias irreparáveis.

Leia mais: Piora no caso Cleonice: balão intragástrico mal conduzido leva paciente ao coma e expõe omissão de clínica em BH

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