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Projeto entre UFMG e Ministério da Justiça oferecerá suporte de saúde mental a policiais de MG a partir de junho 

Uma iniciativa dedicada à preservação da saúde mental dos profissionais de segurança pública será lançada na próxima terça-feira (28 de maio) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com atendimentos online previstos para iniciar na primeira semana de junho, o projeto tem como objetivo oferecer suporte emocional a policiais civis, militares, técnico-científicos e bombeiros, como parte integrante do Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissionais de Segurança Pública (Pró-Vida).

A divulgação da data do lançamento coincide com uma semana marcada por duas tragédias, onde dois sargentos da Polícia Militar (PMMG) tiraram suas próprias vidas dentro de batalhões da corporação em cidades mineiras no mesmo dia. Essas mortes, ocorridas em um único dia, representam 12,5% do total de suicídios registrados em 2022, quando 16 policiais militares se suicidaram no Estado, um aumento de 100% em comparação com o ano anterior, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A expectativa é que mais de 65 mil sessões de psicoterapia sejam oferecidas. Além de Minas Gerais, o projeto será implementado inicialmente no Rio Grande do Norte, Sergipe e Distrito Federal. Isabel Figueiredo, diretora do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), destaca que a iniciativa foi concebida devido ao agravamento da saúde mental dos profissionais.

“A ideia é que os profissionais da segurança pública tenham outra opção para buscar ajuda. A situação é preocupante e precisamos cuidar daqueles que cuidam de nós. Eles precisam estar em boas condições psíquicas para prestar um serviço eficaz”, ressalta Figueiredo.

Os atendimentos serão realizados online em uma plataforma desenvolvida para garantir a privacidade dos usuários. “Será necessário agendar previamente as consultas. Optamos pelo formato online devido ao estigma ainda presente entre os profissionais de segurança pública em relação a buscar esse tipo de serviço. Acreditamos que dessa forma conseguiremos alcançar mais pessoas”.

Os profissionais que atenderão os membros das forças de segurança foram selecionados, em Minas Gerais, pela UFMG. “São profissionais com experiência clínica e vínculo com as universidades federais dos quatro Estados. Os professores dessas instituições serão responsáveis pela supervisão. Os atendimentos variam de simples a mais complexos”, destaca Isabel.

Nesta fase inicial do projeto, ainda não haverá atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana. A previsão é que até o final do ano o projeto seja expandido para outras unidades federativas. A diretora do Susp deixa uma mensagem para os profissionais da segurança pública.

“Precisamos acabar com a ideia de que o policial é um super-herói. Eles são seres humanos como nós, sofrem, trabalham em ambientes difíceis e lidam com situações desagradáveis na maioria das vezes. É perfeitamente humano que eles precisem de ajuda. É fundamental buscar apoio especializado”, conclui.


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