Uma megaoperação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desarticulou nesta quarta-feira (18) uma célula neonazista que vinha atuando em Minas Gerais e São Paulo. Batizada de “Operação Overlord”, em alusão à ofensiva dos Aliados contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial, a ação envolveu mais de 100 policiais civis e resultou na prisão de cinco pessoas, além da apreensão de um vasto material de propaganda de ódio.
Nova Lima, Poços de Caldas e Campinas entre os alvos
Segundo as investigações, os integrantes do grupo tinham como base de atuação as cidades de Nova Lima, na Grande BH, Poços de Caldas, no Sul de Minas, e Campinas, no interior paulista. Em Nova Lima, a Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão e outro de busca e apreensão. No local, foram encontrados livros que exaltam o nazismo, bandeiras de supremacia branca e cadernos com mensagens de ódio.
Em Poços de Caldas, três suspeitos foram presos, sendo que um deles já estava detido por outros crimes de ódio no presídio de Varginha. Já em Campinas, além da prisão por envolvimento com a célula neonazista, um dos investigados foi flagrado com pornografia infantil, o que aumentou a gravidade das acusações.
Grupo promovia treinamentos e espalhava mensagens de ódio
De acordo com a PCMG, os investigados se organizavam para promover ações criminosas como:
- Pichações de suásticas e símbolos neonazistas em espaços públicos
- Distribuição de panfletos com mensagens antissemitas e de ódio racial
- Organização de encontros secretos em áreas de mata, com treinamento paramilitar
- Produção de materiais de contrainteligência para evitar investigações
A polícia destacou que o grupo possuía uma hierarquia interna, com lideranças responsáveis por recrutar novos membros e estabelecer estratégias de disseminação do extremismo.
Arsenal preocupante e manual de contraespionagem
Nas buscas, além de livros e materiais de propaganda neonazista, os policiais apreenderam:
- Fardas paramilitares
- Armas brancas (facas, soco inglês e balestras)
- Simulacros de explosivos
- Materiais de acampamento
- Cadernos com anotações de estratégias de contraespionagem
Segundo a PCMG, o volume de material apreendido reforça o nível de organização e periculosidade do grupo.
Líder do grupo já havia sido preso em BH
O chefe da célula é um jovem de 20 anos, preso anteriormente em Belo Horizonte por crimes de ódio. Ele era responsável por coordenar os encontros, recrutar novos integrantes e desenvolver métodos para evitar a detecção das atividades do grupo.
Investigações continuam e novas prisões podem ocorrer
As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Racismo, Xenofobia e Intolerância Religiosa, seguem em andamento. A Polícia Civil não descarta novas prisões nos próximos dias, à medida que o material apreendido for analisado.
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