Um trabalhador rural de 57 anos foi resgatado em condições análogas à escravidão na cidade de Guimarânia, no Alto Paranaíba, região localizada a cerca de 400 km de Belo Horizonte. O homem trabalhava há cerca de 15 anos para a mesma família, sem qualquer vínculo empregatício, e relatou que recebia apenas R$ 200 por mês — valor quase oito vezes menor que o salário mínimo atual, fixado em R$ 1.412.
Segundo informações da Polícia Militar, a situação de vulnerabilidade do trabalhador foi descoberta durante fiscalização em uma fazenda situada na zona rural de Patrocínio, município vizinho. No local, militares e servidores do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) constataram condições de moradia precárias, caracterizadas por insalubridade e indícios de abandono.
De acordo com as autoridades, o homem vivia em alojamento improvisado, sem acesso adequado a água potável, instalações sanitárias ou alimentação adequada. Após a visita à propriedade, as equipes se deslocaram até Guimarânia, onde o trabalhador teria sido realocado recentemente.
Em depoimento, ele revelou que tinha seus dados bancários controlados pelos patrões, nunca gozou férias e não tinha acesso a serviços básicos de saúde. Ele também declarou que, em todo esse tempo, jamais teve a carteira assinada, permanecendo totalmente à margem dos direitos trabalhistas.
Trabalho escravo contemporâneo
Situações como a vivida por este trabalhador seguem preocupando autoridades no Brasil. Dados mais recentes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, só em 2023, mais de 3 mil trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em todo o país, número mais alto em 14 anos. Minas Gerais figura entre os estados com maior número de ocorrências, sobretudo no setor rural.
O trabalho análogo à escravidão envolve, entre outras características, condições degradantes de trabalho, jornadas exaustivas, restrição de liberdade ou servidão por dívidas. É crime previsto no artigo 149 do Código Penal, com pena que pode chegar a oito anos de prisão, além de multa e indenizações às vítimas.
Região agrícola e vulnerabilidade
A região do Alto Paranaíba, que reúne cidades como Patrocínio, Guimarânia e Patos de Minas, possui grande atividade agropecuária, sobretudo na produção de café, grãos e leite. Apesar da força econômica do agronegócio, persistem focos de exploração de mão de obra, principalmente envolvendo trabalhadores com baixa escolaridade ou em situação de vulnerabilidade social.
No caso do trabalhador resgatado, a Polícia Militar informou que ele foi encaminhado para acolhimento e atendimento médico e psicológico. A Delegacia Regional do Trabalho em Patos de Minas deve conduzir as investigações para responsabilizar os empregadores.
A prefeitura de Guimarânia e o CRAS seguem acompanhando o caso para garantir apoio social à vítima. Até o momento, os nomes dos suspeitos não foram divulgados pelas autoridades.
O resgate reacende o alerta para a persistência do trabalho escravo contemporâneo, mesmo em regiões economicamente desenvolvidas como o Alto Paranaíba. Especialistas reforçam a importância das denúncias e da fiscalização para romper ciclos de exploração e garantir dignidade aos trabalhadores.
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